É tempo de comparar preços e criar os próprios empregos
Já comparou preços hoje? Se não tem esse hábito, mude sua forma de agir. Tão cedo, o desemprego não baixará consistentemente, e as vagas que aparecerem serão, em sua maioria, informais e mal pagas. Por isso, o consumidor não pode errar na hora de fazer compras. Além disso, temos de empreender, criar oportunidades profissionais para nós mesmos, pois os empregos formais talvez demorem alguns anos. Ou tenham sido extintos como os dinossauros.
E mais: não basta encontrar os melhores preços com mecanismos de busca. Deve-se, sempre que possível, consultar amigos, parentes, colegas e grupos nas redes sociais.
Há razões para ter esta visão tão dura da realidade. A reforma da Previdência também vai afetar o mercado consumidor. No mínimo, porque os brasileiros se aposentarão mais tarde e com pensões menores. Terão de continuar mais tempo no mercado, mas somente 8% das pessoas com mais de 60 anos trabalham no país, embora 19% tenham idade para desenvolver atividade profissional.
A combinação de cinco anos lastimáveis para o PIB (Produto Interno Bruto) –soma das riquezas que produzimos no Brasil–, às duras medidas que vêm por aí, reduz ainda mais nosso poder de consumo. No ano passado, o pibinho cresceu 1,1%, e a previsão para 2019 vem caindo –já é inferior a 2,5%.
O que podemos fazer? De um lado, empreender, tentar criar nossos próprios empregos, a partir de alguma habilidade –cozinhar, costurar, consertar aparelhos, ensinar um idioma, cuidar de idosos, desenvolver aplicativos etc. Ou seja, uma espécie de ‘autoemprego’. De outro, valorizar cada centavo, pois ainda vai continuar muito difícil ganhar dinheiro.
A quebradeira geral de prefeituras e dos grandes estados e o buraco no orçamento federal aumentam a ânsia por novos impostos, taxas e contribuições. No mínimo, barram qualquer pensamento de reduzir a absurda carga tributária nacional.
Por isso, há que fazer orçamentos minuciosos, planejar despesas e moderar tentações, como o uso indiscriminado do cartão de crédito.
Quem continua comprando compulsivamente, especialmente produtos desnecessários, deve procurar um psicólogo, pois talvez tenha um transtorno conhecido como oniomania. Nesse caso, as compras servem como escape para angústias diversas.
Em tempos tão difíceis, todo cuidado é pouco.