Unesco elabora manual para jornalistas sobre a cobertura de terrorismo

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) criou o manual “Terrorismo e a Mídia”, dedicado a jornalistas. O documento foi escrito pelo jornalista belga Jean-Paul Marthoz, autor e coautor de mais de 20 livros sobre direitos humanos, comunicação e jornalismo.

O material foi elaborado para ajudar profissionais da imprensa a realizarem seu trabalho sem colaborar com os objetivos terroristas de espalhar o terror. O texto leva em conta as pressões para se conquistar leitores e dá orientações sobre como reportar as informações de maneira responsável.

No segundo capítulo, o manual aponta a história de Rukmini Callimachi, jornalista do The New York Times, enquanto cobria grupos terroristas em Mali, em 2013. Callimachi foi criticada duramente por dar voz a integrantes dos grupos e por buscar relatar suas experiências de maneira neutra.

O documento destaca a resposta da jornalista a essas críticas como base para a atuação jornalística: “A questão é que a minha reportagem não nega que eles estão praticando crimes contra a humanidade, mas eu acredito que o nosso trabalho como jornalistas significa entender e trazer o cinza para onde só há preto e branco. Porque sempre existe o cinza”.

Além disso, a publicação aponta para a importância de se examinar cuidadosamente as fontes e de contextualizar as notícias para formar uma narrativa completa dos eventos. O texto sugere meios de checar informações e, com ajuda de exemplos reais, orienta os profissionais a discernir fatos de versões.

Imagens enviadas por testemunhas podem ajudar muito na construção de uma reportagem, porém sempre há o risco de serem manipuladas ou tiradas de contexto. Para evitar esses erros, o texto sugere os recursos das iniciativas Reveal Project e First Draft News. Capazes de analisar cuidadosamente locais, datas e as técnicas presentes nas fotografias, as ferramentas conseguem detectar incoerências.

O manual aposta na conscientização para aumentar a segurança de jornalistas que atuam em áreas de risco. Um capítulo é dedicado a questões de segurança, incluindo orientações sobre o que fazer em casos de sequestro. Outro tema de destaque são os traumas mais comuns entre os profissionais que enfrentam situações de crise.

Disponível em inglês, francês e português, o manual pode ser acessado por meio deste link.

 

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