Seleção brasileira poderá ter em 2022 mais time do que teve em 2018

Nos próximos dias, o Brasil enfrenta o Panamá, no Porto, e a República Tcheca, em Praga. Os amistosos têm sido escolhidos mais pela beleza das cidades que pela qualidade dos adversários.

Pela lógica da convocação, Everton, do Grêmio, deve ser o atacante pela esquerda, já que David Neres foi convocado posteriormente. Richarlison deve jogar pela direita, já que Tite insiste em escalar Coutinho no meio-campo, ao lado de Casemiro e Arthur. Paquetá pode ser uma opção no meio-campo, com Coutinho no lugar de Everton. Outra possibilidade é Coutinho atuar pela direita, como nas Eliminatórias.

Tite deve experimentar, novamente, a estratégia do Liverpool, com o centroavante Firmino voltando para receber a bola e trocar passes, com dois atacantes pelos lados entrando em diagonal, especialmente Richarlison. Vagner Love tem jogado assim no Corinthians.

Nenhum jogador pela direita mais avançado foi convocado, como Willian, por opção do técnico, e Douglas Costa, que está contundido.

Arthur tem atuado muito bem no Barcelona, mas pode evoluir. Além do domínio da bola e do jogo, sem errar passes, pode avançar mais um pouco, para tentar o passe decisivo ou finalizar e também para usar mais o passe rápido e para frente, para o companheiro receber a bola entre a linha de meio-campo e de defesa. Essa qualidade é importantíssima, marca dos grandes meios-campistas. Iniesta era mestre nisso.

Um jogador de meio-campo que atua no Brasil e que faz isso bem é Felipe Melo. Porém, continua violento. Deveria ter sido expulso contra o São Paulo.

A seleção brasileira vive um momento de indefinição. Se jovens jogadores, como Paquetá, Vinicius Júnior, Arthur e outros, evoluírem e se tornarem importantes (Arthur já é), o Brasil poderá ter, em 2022, um time melhor do que teve em 2018. Se isso não ocorrer, somado à provável queda técnica de alguns excelentes veteranos, como Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo e Miranda, será individualmente pior que o que jogou na Copa do Mundo da Rússia.

Algumas convocações de Tite são compreensíveis, por falta de outras opções, mas há vários jogadores que têm sido chamados, bons em seus clubes, que dificilmente se tornarão efetivos na seleção, ainda mais como titulares. 

O Brasil continua produzindo um grande número de bons jogadores, mas o único grande craque é Neymar. A França é a campeã do mundo, principalmente, porque tem vários craques.

Uma das razões de Neymar não ter brilhado até hoje na seleção, para o nível de seu imenso talento, é a falta de craques ao seu lado, dificuldade que não tiveram grandes jogadores do passado. Por causa de fraturas no pé e na vértebra, Neymar esteve também ausente nos momentos decisivos das duas últimas Ligas dos Campeões da Europa e do Mundial de 2014, além de não estar na melhor forma em 2018.

Ademais, ele joga na mesma época de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que frustram suas ambições de se tornar o melhor jogador do mundo.

Mesmo assim, Neymar teve excepcionais atuações em muitas conquistas individuais e coletivas. É absurdo escutar que alguém não se interesse em ver seus jogos e/ou que sua carreira é um fracasso.

Não deveríamos transportar as bobices e chatices de Neymar fora de campo para as análises de suas atuações dentro dele. Deploráveis são suas simulações. Os debochados memes e as duras críticas que recebeu na Copa do Mundo tiveram efeito, pois, após o Mundial, ele tem tentado parar com os chiliques. Espero que continue assim.

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