Por reforma, Planalto pedirá que bancadas indiquem nomes para cargos comissionados
Dividir e conquistar O governo Jair Bolsonaro deve publicar na mesma semana em que vai enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional decreto que abrirá caminho para nomeações de parlamentares da base em cargos da administração pública federal. Integrantes da Casa Civil querem que as bancadas de cada estado se reúnam, decidam entre si as indicações que pretendem fazer e encaminhem os pedidos ao Palácio do Planalto. A ideia gera preocupação entre deputados.
Deu match? A norma preparada pela CGU e pelo Ministério da Economia vai condicionar a ocupação dos postos à formação acadêmica compatível e experiência prévia na área. O texto ainda prevê que, a partir de 2020, DAS 5 e 6—dois dos cargos mais altos da administração— deverão ter descrição do perfil da vaga.
Cada um por si Articuladores do Planalto querem que os próprios deputados avaliem quem preenche os requisitos e quais partidos devem ser contemplados. A partir daí, uma ata com os nomes seria entregue à Casa Civil para análise e nomeação. Parlamentares reclamam que será uma confusão a definição dos indicados.
Para já Segundo cálculos da Casa Civil, se a reforma da Previdência for aprovada no prazo mínimo nas comissões, a proposta será votada no final de maio no plenário da Câmara.
Faça você mesmo Uma das estratégias de comunicação defendidas por auxiliares de Jair Bolsonaro para esclarecer dúvidas sobre a regra de transição da reforma é a criação de um simulador online. A ferramenta daria a possibilidade de o cidadão calcular sua previsão de aposentadoria.
Vacina A avaliação é a de que o simulador evitaria a disseminação de informações falsas.
A taça é nossa Algumas agências de investimento preparam estrutura de final de Copa do Mundo para acompanhar o pronunciamento em que Bolsonaro vai detalhar a proposta para a Previdência, previsto para quarta (20). Contrataram telão e especialistas para ter análise em tempo real.
Veste a camisa A aposta de hoje, só com base na idade mínima, é a de que, se o governo aprovar a proposta como está, o Brasil crescerá cerca de 3% pelos próximos dois anos.
Mensageiro do caos Aliados de Bolsonaro contam que, até o início da tarde de sexta (15), ele estava mesmo disposto a manter Gustavo Bebianno ministro. Mas a partir das 14h30, o próprio presidente começou a compartilhar mensagens dizendo que o “cara tinha vazado áudios privados“.
Eu amanhã? A esperada queda de Bebianno nesta segunda (18) não encerra o impasse. O episódio deixou cicatrizes na base do governo e entre integrantes do partido do presidente, o PSL. Esse grupo diz que o temor da ingerência dos filhos no Planalto só cresceu com a via crucis do outrora braço direito de Bolsonaro.
Me dê motivos O fato de um encontro marcado por Bebianno com um executivo da TV Globo ter sido apontado como detonador da crise assustou dirigentes de partidos. Especialmente os que sabiam que o representante da emissora já tinha estado com ao menos dois ministros que despacham no Planalto àquela altura do campeonato.
Não conte comigo A ala do PT que tenta fazer o ex-presidente Lula aceitar outro nome no comando do partido que não o de Gleisi Hoffmann (PT-PR) tentou convencer o senador Jaques Wagner (PT-BA) a concorrer à presidência da sigla, mas ouviu um sonoro não como resposta.
Pelo bolso O grupo de advogados e defensores públicos que é contra o pacote anticrime de Sergio Moro (Justiça) encomendou um levantamento dos custos da proposta para os cofres dos estados.
Pelo bolso 2 Os opositores da medida acreditam que, diante do apelo de punições mais duras a criminosos, mostrar que uma política que amplia o encarceramento pode sair caro é a melhor chance de desidratar o apoio à medida.
TIROTEIO
Nova era é filho de presidente demitir ministro pelo Twitter. Rumos do país se dão em casa, entre a macarronada e o sorvete
Do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), sobre a crise que opôs Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno e levou à queda do ministro