Governo quer marco legal para desburocratizar mercado de startups

O ministério da Economia e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações vêm liderando discussões do governo com o setor privado para criar um marco legal para startups.

Um grupo que reúne membros dos ministérios e organizações públicas que atuam junto ao setor (como Finep, BNDES e ABDI), advogados e associações de empresas e investidores deve preparar até o final do mês um projeto para ser enviado para consulta pública e apresentado ao Congresso Nacional.

O objetivo, segundo participantes dos debates, é desburocratizar o ambiente de negócios para essas empresas e promover a ida de mais recursos para elas.

As discussões acontecem dentro de quatro subcomitês  temáticos: tributos, relações trabalhistas, compras públicas e facilitação de investimentos.

O projeto vai buscar promover a digitalização e a produtividade das empresas brasileiras a partir do estímulo a novas companhias de tecnologia, diz Caio Megale, secretário de Indústria, Comércio e Inovação no ministério da Economia.

"As características das startups não florescem normalmente em ambiente com legislação pensada para empresas maiores", diz.

Paulo Alvim, secretário de empreendedorismo e Inovação no ministério da Ciência e Tecnologia, diz que startups representam um novo modo de fazer negócios, com capacidade de crescimento rápido, inovação e atração de emprego qualificado.  Por isso, devem ter um ambiente de negócios que favoreça seu desenvolvimento, afirma.

Fernando Abdala, coordenador do subcomitê que trata de temas trabalhistas, diz que o principal objetivo do grupo é criar mecanismos que possam formalizar prestadores de serviços parceiros das startups (como no modelo adotado pela Uber para trabalhar com motoristas) sem criar barreiras para a atuação dessas companhias.

Entre as ideias está incentivar o uso de figuras jurídicas já adotadas em outros segmentos, como a do MEI (Microempreendedor Individual, que pode faturar até R$ 81 mil por ano), afirma.

No caso do grupo que lida com questões tributárias, os pontos mais importante são a redução do risco que investidores têm de serem responsabilizados por eventuais passivos de startups que não deem certo e a criação de incentivos para que coloquem mais recursos nessas companhias, afirma Alberto Medeiros, coordenador do subcomitê da área.

"Se o investidor vende a participação que comprou em uma empresa, não tem nenhum benefício no ganho de capital gerado nessa operação. Esse é o ponto mais sensível. Se for dada alguma vantagem, mais fundos vão entrar nesse mercado", diz.

Segundo ele, a proteção e o apoio aos investidores é importante pelo fato de startups serem negócios arriscados e a maior parte delas ter alta probabilidade de não atingir os objetivos propostos.

Também serão criados mecanismos que favoreçam a compra de serviços das startups pelo governo. Segundo Megale, do ministério da Economia, isso poderá levar a redução de custos para o setor público, levando-se em consta preços mais atraentes oferecidos por companhias que adotam muita inovação, ao mesmo tempo em que incentiva o crescimento de novas empresas.

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