'Foi um horror alguém falar em meu nome', diz usuária com WhatsApp hackeado

A consultora de moda Claudia Romano, 47, conta ter passado um grande susto na semana passada ao ter sua conta de WhatsApp invadida. Era um dia corrido, em que ela trabalhava no lançamento de uma nova loja, recebendo muitas ligações e mensagens. 

O ataque sofrido por Romano não tem ligação com a vulnerabilidade identificada pela empresa nesta terça-feira, que levou a companhia a pedir que todos os usuários atualizem o aplicativo para a versão mais recente (veja aqui o que se sabe sobre o ataque hacker).

De uma mulher desconhecida, recebeu link com convite para se juntar a um grupo de maquiagem que ela estaria montando. Apressada, Romano selecionou a mensagem do link e clicou em responder para perguntar quem era a interlocutora. A tela do telefone ficou escura.

Quando conseguiu usar o celular novamente, tentou então fechar o aplicativo do WhatsApp e abrir outra vez. Foi informada que havia acabado de entrar com uma senha de acesso e só poderia pedir uma nova depois de seis horas.

Romano entendeu o que isso significa poucos minutos depois. Recebeu em casa uma ligação do marido perguntando se havia algo errado. Ele tinha acabado de receber uma mensagem da esposa pedindo que depositasse dinheiro na conta de uma amiga que estaria com a mãe internada.

Logo outros amigos ligaram. Percebendo o potencial da confusão, Romano pediu a seus filhos que avisassem os demais familiares para não acreditar em nenhuma mensagem que viesse dela.

"Meu filho mandou uma mensagem no grupo da família avisando que meu celular foi hackeado. Dois minutos depois, a pessoa que invadiu meu celular disse, se passando por mim, que já estava tudo resolvido."

Romano buscou ajuda imediatamente em uma loja de sua operadora de celular. Recebeu a orientação de procurar o suporte do WhatsApp, que cancelou o acesso a sua conta.

Mesmo com o problema resolvido, Romano preferiu não voltar a usar o número de celular antigo. Mandou mensagens para as pessoas conhecidas explicando o que aconteceu e colocou avisos em seus perfis nas redes sociais. A confusão toda durou cerca de duas horas, diz.

"O pior foi o susto e a possibilidade de alguém falar em meu nome, o que é um horror. Tenho credibilidade, dá medo de que as pessoas acreditem no que estão falando em meu nome."

Em sua avaliação, seu erro foi ter agido precipitadamente ao responder a mensagem da desconhecida.

O WhatsApp não comentou o caso específico, mas lembrou que há uma página com informações de segurança na área de perguntas frequentes de seu site.

DICAS DE SEGURANÇA

A empresa recomenda nunca compartilhar o código de verificação da conta, que a empresa manda por SMS para validar a identidade de um usuário.

 

Orienta, ainda, que usuários avisem amigos e família no caso de a conta ser acessada por terceiros.

Para recuperar uma conta roubada, a companhia explica o passo a passo: acessar o aplicativo e solicitar um novo código de verificação de seis dígitos. Quando ele é inserido, a outra pessoa que está usando seu número é desconectada, explica a empresa.

Renato Opice Blum , coordenador do curso de direito digital e proteção de dados do Insper, ensina que, para evitar problemas do tipo, usuários habilitem a opção de dupla autenticação para uso do WhatsApp.

Com ela, a verificação da identidade do usuário passa a ser feita em duas etapas. Além do código via SMS, o aplicativo passa a solicitar também uma senha de seis dígitos criada pelo usuário no processo.

"A dupla autenticação tem de ser regra. Assim, se você sofre um ataque, dificulta muito a vida do invasor."

Opice Blum  diz que é importante manter o aplicativo sempre atualizado e, em caso de problemas, entrar em contato com a operadora de telefonia e o WhatsApp para buscar uma solução breve.

Também recomenda registrar um Boletim de Ocorrência, para o caso de ser necessário buscar reaver algum prejuízo futuro.

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