Exposição de fotos no Rio explora herança africana no Brasil
Depois de passar parte da infância no Rio, a fotógrafa boliviana Maria Daniel Balcazar, decidiu voltar ao país em 2015 para registrar manifestações da cultura afro-brasileira.
Durante três anos, ela documentou desde o cotidiano de comunidades quilombolas na Bahia até festas e datas comemorativas do candomblé e da umbanda, como o Dia dos Mortos, no Rio.
As imagens deram origem à série "Kilombo", que significa "acampamento" no idioma bantu, e que por aqui ganhou o sentido de comunidade. "Quis recuperar essa noção para simbolizar a união das culturas aqui no Brasil", diz.
Para Balcazar, é raro ver países que conservaram a herança de povos africanos no cotidiano como o Brasil. "Já vivi em Trinidad e Tobago e na Guiana, por exemplo, e não vi manifestações tão intensas quanto as brasileiras", conta.
Entre os lugares visitados, ela destaca as cidades de Santo Amaro, na Bahia, onde fotografou uma procissão de baianas até as escadarias da igreja de Nossa Senhora da Purificação, e de Sete Lagoas, em Minas Gerais, onde conheceu as congadas.
A exposição, que reúne 32 fotos feitas em dez cidades, fica no Centro Cultural Justiça Federal (avenida Rio Branco, 241, na região central do Rio) até 14 de outubro. A entrada é gratuita. Mais informações neste site.
Até o final de 2018, a fotógrafa vai lançar um livro com o ensaio, editado pelo fotógrafo americano David Alan Harvey, da agência Magnum. O volume está na pré-venda por US$ 52 (R$ 215) no site da editora.