Brasil está empenhado no combate à corrupção, diz ministro da Suíça

Em visita a São Paulo, o ministro de Finanças suíço, Ueli Maurer, afirmou que o Brasil está empenhado na luta contra a corrupção.

"As autoridades brasileiras estão engajadas em combater a corrupção. O país aprendeu muito cm os exemplos recentes", disse ele em encontro com jornalistas.

A Suíça colabora com o Brasil na apuração de informações da Operação Lava Jato. Reportagem da Folha de abril deste ano revelou que há cerca de cem processos criminais na Suíça relacionados aos desvios de recursos da Petrobras e a ilícitos cometidos pela Odebrecht, sendo que uma dessas investigações tem como alvo uma instituição financeira na Suíça.

O Ministério Público suíço já informou que mantém confiscados R$ 2,8 bilhões relacionados às investigações, valor que pode, portanto, ser recuperado pelo Brasil. Desde o início da apuração dos desvios de recursos da Petrobras, somente cerca de R$ 700 milhões foram repatriados.

O ministro nota evolução na parceria entre os dois países, mas evitou dar detalhes sobre o tema.

"É um processo do ponto d e vista jurídico, não político, há vários fatores a serem analisados. Há evolução mas é um caso muito complexo para ser tratado nesta conferência."

O ministro iniciou nesta quarta (18) uma viagem pela América do Sul com o objetivo de fortalecer a união do sistema financeiro suíço com o da região. Ele destacou a importância de incentivar a troca de tecnologia na área financeira, por meio de criptomoedas e do blockchain. 

Maurer era acompanhado pelo secretário de Estado da Suíça, Jörg Gasser; e o chairman da Associação dos Bancos Suíços, Herbert J. Scheidt,

"O Brasil tem uma grande demanda por novas tecnologias no setor. Grande parte da população ainda não tem acesso a serviços bancários. Na Suíça o mercado está mais estabelecido. Quase todo cidadão já tem canta bancária e cartões", disse Gasser.

A partir de setembro deste ano, o Brasil integrará o grupo de países que passará a trocar dados fiscais de seus habitantes para combater fraudes.

O compartilhamento de informações,  mais um passo na direção do fim do sigilo bancário mundial,  foi uma medida demandada pela OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O grupo  inclui quase todos os Estados-membros da União Europeia, dez territórios dependentes do Reino Unido e da Dinamarca, bem como alguns membros destacados do G20, como África do Sul, Argentina, Coreia do Sul, Índia e México.

A Suíça, por onde passa, segundo o ministro, 25% de todo o faturamento global, tem posição de destaque na análise dessas informações. 

"Estamos juntando informações de 41 países, como o Brasil, a apresentaremos os dados deste ano em 2019. Tudo será tratado de acordo com os padrões da OCDE. Poderemos identificar assim os contribuintes que não pagam impostos e fazer com que sejam pagos", disse Maurer.

Engana-se, porém, afirmou ele, quem pensa que brasileiros predominam nessa categoria. Segundo o ministro, com as anistias dadas pelo governo brasileiro, por meio de leis recentes de legalização de recursos mantidos no exterior, restaram poucos brasileiros em situação irregular.  

 

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