Apple reduz liderança do Spotify no mercado de música dos EUA

A vantagem do Spotify  sobre o serviço de streaming de música da Apple está se reduzindo nos Estados Unidos, e isso abala a imagem de invencibilidade do serviço pioneiro de streaming de música, que abriu seu capital recentemente.

Embora o Spotify continue a manter grande vantagem no mercado mundial, o crescimento mais rápido da Apple no maior mercado de música do planeta reflete a capacidade da companhia para promover seus serviços junto aos usuários de seus aparelhos, como o iPhone.

A crescente relevância da Apple Music no mercado de streaming foi demonstrada nas duas últimas semanas pelo lançamento do álbum Scorpion, de Drake, que deve se tornar o maior sucesso do ano. Nas primeiras 24 horas do lançamento, o álbum foi executado 170 milhões de vezes na Apple Music ante 130 milhões de vezes no Spotify, ainda que o número total de usuários deste último serviço seja três vezes maior.

Segundo o executivo de uma gravadora, no Spotify não havia como navegar em torno de Drake, mas a Apple conseguiu realmente promover o engajamento.

Spotify, Apple e outros serviços de streaming não revelam publicamente seu total de assinantes em cada país em que operam, mas reportam esses números para os distribuidores de música e gravadoras.

Na semana passada, a Apple tinha entre 21 milhões e 21,5 milhões de assinantes de música nos Estados Unidos, e o Spotify tinha entre 22 milhões e 22,5 milhões. Um ano atrás, o Spotify tinha 17 milhões de assinantes nos Estados Unidos, ante 13 milhões de assinantes para a Apple, disseram pessoas informadas.

Os executivos do setor de música antecipam que a Apple supere o Spotify em número de assinantes nos Estados Unidos já no mês que vem. A empresa deve atingir a marca dos 27 milhões de assinantes, até o final do ano, ante 24 milhões para o Spotify, de acordo com projeções internas vistas pelo Financial Times.

O serviço de música da Apple também vem crescendo mais rápido que o Spotify no Reino Unido e Canadá, países em que a iTunes Store, da Apple, sempre foi popular, disseram os executivos.

"O Spotify sempre teve como alvo os amantes da música, que tendem a ser mais moços e a estar entre os pioneiros na adoção do streaming", disse Mark Mulligan, analista da Media Research. "Boa parte dessa base já foi atraída, agora, enquanto a Apple conta com uma base de clientes muito maior. Eles têm acesso fácil aos clientes mais convencionais, porque a [Apple Music] já vem em seus celulares, e suas informações de pagamento já estão registradas".

No plano mundial, o Spotify continua a ser líder na música digital, por ampla margem. A empresa, que também oferece um serviço de streaming de música gratuito, informou que tinha 75 milhões de assinantes pagantes no final de março, e que antecipava que o número crescesse para perto de 100 milhões antes do final do ano.

A informação mais recente da Apple sobre seu número de assinantes veio em maio, quando ela atingiu os 50 milhões de assinantes, embora o número incluísse pessoas que se inscreveram para um período de teste gratuito, o que infla a contagem.

A Amazon se tornou um terceiro competidor na disputa; a empresa informou em abril que seu serviço de streaming de música tem "dezenas de milhões" de assinantes, mas se recusou a fornecer o número exato.

O Spotify enfrenta escrutínio maior sobre seu número de assinantes agora que abriu seu capital —os investidores estão interessados no crescimento da base de assinantes porque a empresa, cujo valor de mercado é de US$ 30 bilhões, ainda está no vermelho.

Ela tenta promover a ampliação de sua base de assinantes, e em abril anunciou um pacote de assinatura em parceria com o serviço de streaming de vídeo Hulu, concorrente da Netflix. O Spotify também ofereceu um teste de três meses de seu serviço pago por US$ 00,99 centavos, em alguns mercados, e reformulou seu serviço gratuito para ajudar a atrair clientes para o novo app.

A companhia vai reportar os dados mais recentes sobre seu número de assinantes em 26 de julho, quando anunciará seus resultados trimestrais.

Daniel Ek, cofundador e presidente-executivo do Spotify, minimizou as preocupações quanto à ameaça da Apple. "Vão vemos impacto significativo da competição", ele disse em conversa com investidores em maio. "Não acreditamos que esse seja um mercado em que o vencedor fica com tudo".

Apple e Spotify não quiseram comentar.
 
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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