Zverev dá passo grande e definitivo para entrar na elite do tênis

Aos 21 anos, o alemão Alexander Zverev obteve neste domingo (18) um feito que, quando for relembrado no futuro, poderá ser visto como um marco da mudança de geração na elite do tênis.

Ao derrotar o sérvio Novak Djokovic, 31, e vencer o ATP Finals, torneio que reúne os oito melhores do ano e só perde para os Grand Slams em relevância, Zverev não só alcançou o maior feito da sua ainda curta carreira, mas o fez vencendo em sequência dois dos maiores nomes da história.

No sábado, ele havia batido Roger Federer, 37, nas semifinais, por 2 sets a 0, placar que repetiu diante de Djokovic.

Se ainda soa prematuro dizer que o domínio deles, além de Rafael Nadal e Andy Murray —quarteto que ficou conhecido como “Big Four”—, está com os dias contados, pode-se afirmar com segurança que o alemão chegou na elite do esporte para permanecer.

Foi a primeira vez que um tenista da nova geração venceu um dos quatro na final de um torneio desse peso.

A carreira de Zverev já era bem consistente para um atleta de 21 anos, que ainda precisa dividir espaço com veteranos que não dão sinais de trégua. Ele soma três títulos de Masters 1.000 e já alcançou a terceira posição do ranking —será o quarto na lista desta segunda (19), atrás apenas de Federer, Nadal e Djokovic.

A tendência é que a pressão sofrida por nunca ter passado das quartas de final de um Grand Slam arrefeça após ele provar que é capaz de derrotar em sequência, num grande torneio, dois desses nomes.

Seu retrospecto contra Federer é de três vitórias para cada lado. Contra Djokovic, cada um levou a melhor duas vezes. Apenas diante de Nadal (0 a 5) seus números são amplamente desfavoráveis.

Zverev tornou-se também o mais jovem desde Djokovic, em 2008, a vencer o Finals. A mostra de respeito e certa devoção pelo agora rival veio no seu discurso de campeão.

“Gostaria de parabenizar Novak pela ótima semana e pela segunda metade da temporada. Você mal perdeu, e estou muito agradecido por ter perdido de mim hoje”, disse.

De fato, o sérvio teve um segundo semestre exemplar, com 35 vitórias e 3 derrotas. Após passar por uma cirurgia no cotovelo e acumular resultados ruins até Roland Garros, ele deslanchou a partir da temporada de grama.

Venceu quatro torneios, entre eles Wimbledon e o US Open, e voltou a liderar o ranking. No Finals, havia ganhado quatro jogos com facilidade, um deles contra Zverev, na fase de grupos, antes de chegar à decisão. “Nós jogamos duas vezes nesta semana. Todos sabem quão bom tenista você é, mas quero mencionar o quanto você é uma boa pessoa. Nós tivemos muitas boas conversas sobre a vida. Aprecio você me ter me deixado ganhar o título hoje”, afirmou em tom de brincadeira o alemão.

O discurso de Zverev também teve menções a seus dois técnicos: Ivan Lendl, um dos grandes tenistas da história, e seu pai, Alexander Zverev Sr.: “Ele não vai parar de chorar até o ano que vem”, disse.

Dois brasileiros também tiveram momento de destaque na cerimônia de premiação.

Marcelo Melo, grande amigo do alemão no circuito, foi citado por ele. Gustavo Kuerten, campeão do torneio em 2000 (ainda com o nome Masters Cup), batizou um dos grupos desta edição e entrou em quadra com o troféu.

A conquista de Zverev teve ainda uma pitada de ironia. Após a derrota para Djokovic, na quarta (14), ele reclamou do desgaste físico provocado pelo calendário de 11 meses e foi criticado por colegas.

Na ocasião, chegou a afirmar que não vinha se sentido bem nos dois últimos meses, algo que talvez não dissesse se soubesse o que estava por vir.

O ATP Finals praticamente encerra a temporada 2018 do tênis, que ainda terá a disputa da final da Copa Davis, entre França e Croácia, de sexta (23) a domingo (25).

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