Vélez fala em militarizar escola de Suzano, mas não consulta governo de SP

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, anunciou que estuda a militarização da escola Raul Brasil, em Suzano (SP), palco de um massacre no dia 13 deste mês. No entanto, a secretaria estadual de Educação de São Paulo, responsável pela unidade, nem sequer foi comunicada.

Vélez informou pelas redes sociais que deve se encontrar na segunda-feira (25) com o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (PR), para falar do assunto. A escola não é ligada ao município, mas, sim, ao governo do Estado. A secretaria de Educação de SP, que não foi procurada pelo MEC, não tem planos para adotar o modelo militar na rede. Ainda descarta totalmente a militarização da escola Raul Brasil.

Na mensagem, o ministro informou que vai adiantar o repasse anual de uma verba federal, o chamado PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola).

"Como um alento à comunidade escolar de Suzano, Raul Brasil, informo que o MEC antecipou o repasse anual do PDDE. Segunda-feira, me encontrarei com o prefeito, Rodrigo Ashiuchi, para estudarmos a viabilidade do modelo cívico-militar na escola", disse no Twitter.

Na última terça (19), os alunos da unidade voltaram pela primeira vez após o massacre. ​​​Na entrada, cartazes lembravam: “O amor vence a tristeza”.

A fachada da escola foi pintada nas cores azul e amarelo para receber os alunos. As salas de aula também ganharam nova pintura.

As salas foram transformadas em divãs, onde serão realizados os trabalhos de aconselhamento psicológico coordenado por psicólogos. No pátio também serão realizadas rodas de conversa. A ideia da direção da escola é que os alunos consigam usar o momento para lidar de frente com o trauma que passaram.

A militarização de escolas é uma das diretrizes na área da educação do governo Jair Bolsonaro (PSL). Conforme a Folha revelou nesta sexta-feira (22), a pasta garantiu apoio à expansão do modelo no Distrito Federal. 

A rede do DF deve receber cerca de R$ 10 milhões de recursos federais para a transição de 36 escolas para o modelo, alvo de polêmica no debate educacional. Essa parceria servirá como projeto-piloto para a ação federal.

Na nova política do MEC, as redes de ensino deverão apresentar projetos para receberem apoio técnico-financeiro do governo. O dinheiro deve ser aplicado, segundo a pasta, na manutenção, conservação e reformas.

Também haverá recursos previstos para a capacitação e formação dos profissionais. Qualquer material produzido deverá estar disponível para compartilhamento entre as redes.

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