Uber deve precificar IPO em meio a cenário sombrio do mercado

A Uber vai precificar seu IPO (oferta pública inicial ou entrada da companhia na Bolsa) nesta quinta-feira (9), a mais importante dos Estados Unidos desde o Facebook há sete anos, contra um cenário de mercados financeiros turbulentos e a queda de preço da ação de sua rival americana Lyft.

A Uber está ansiosa para evitar repetir o que aconteceu com as ações da Lyft, que tiveram um alto preço no IPO da empresa no final de março, mas vêm caindo desde então. As ações da Lyft caíram quase 11% na quarta-feira, para um recorde de baixa de US$ 52,91 (R$ 209,4), bem abaixo do preço de IPO de US$ 72 (R$ 285,1) por ação, depois que a empresa divulgou um prejuízo trimestral de US$ 1,1 bilhão (R$ 4,35 bilhões).

A Uber, a maior empresa do mundo em transporte de compartilhado, está buscando uma avaliação entre US$ 80,5 bilhões e US$ 91,5 bilhões no IPO. Isso está um terço abaixo do que os pessoas de dentro da startup esperavam no ano passado, um sinal de sua abordagem mais cautelosa logo após os problemas da Lyft.

Muito da conversa sobre os preços entre a Uber e seus consultores está concentrada em torno da faixa de preço de US$ 44 a US$ 50 dólares por ação, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, disse uma fonte a par do assunto.

Alguns ainda consideram que a ação está muito cara.

A Uber deve precificar o IPO após o fechamento dos mercados dos EUA. Um porta-voz da empresa se recusou a comentar. A empresa pretende vender 180 milhões de ações na oferta para levantar até US$ 9 bilhões, com outros 27 milhões potencialmente vendidos por investidores existentes por até US$ 1,35 bilhão.

A Uber divulgou um prejuízo líquido atribuível à empresa no primeiro trimestre de 2019, de cerca de US$ 1 bilhão, com receita de aproximadamente US$ 3 bilhões.

Paralisação

Nesta quarta (8), motoristas da Uber do mundo todo se mobilizaram contra condições de trabalho, tendo em vista a estreia da companhia na Bolsa de Valores de Nova York.

Conforme a Folha informou na terça (7), no país, quem aderisse à ação deveria desligar seus aparelhos entre 0h de quarta-feira e só voltar ao trabalho na quinta-feira. O movimento, que ganhou o nome "Uber Off" (Uber desligado), segue orientação de associações de motoristas internacionais.

Em São Paulo, preços de corridas pelo aplicativo chegaram a subir em alguns trajetos na manhã de quarta. Segundo observado pela reportagem, em trajetos da Pompeia ao aeroporto de Guarulhos e de Perdizes até a região central da cidade de São Paulo o preço das corridas ficou em torno de 50% mais caro, na comparação com dias anteriores. 

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