Solução de dívida de mais de R$ 6 bi deve fazer mercado livre crescer

A saída para um impasse de R$ 6,1 bilhões de dívidas no mercado livre de energia, aquele em que grandes consumidores podem escolher de quem adquirir, propulsionará a entrada de empresas nesse ambiente de negociação.

A avaliação é de pessoas ligadas à câmara de compra e venda e de representantes de companhias que geram energia e que, devido à falta de pagamentos, estavam sem seu dinheiro.

Há um grupo de quase 6.000 empresas que realizaram vendas, mas que receberam cerca de 10% de seus créditos nos últimos 12 meses.

Se essas contas forem resolvidas, haverá mais liquidez e incentivo a novos entrantes, segundo o dirigente de uma empresa desse ambiente.

Os acertos, no entanto, deverão acontecer paulatinamente, com quitações em parcelas.

A MP (medida provisória) da privatização de distribuidoras da Eletrobras, aprovada na Câmara na última semana, também trouxe uma solução para o GSF (a sigla, em inglês, para o fato gerador do impasse).

Uma usina de energia tem uma capacidade instalada, que é o seu potencial, mas, às vezes, ela não consegue entregar o volume de megawatts que se exige dela.

A empresa, então, precisa comprar energia no mercado livre, e isso pode ter um preço alto. Houve anos de secas severas de 2015 para cá, o que fez com que as geradoras precisassem recorrer com frequência a esse expediente.

Nem sempre as compradoras conseguiam honrar os pagamentos, e acumulou-se uma dívida de R$ 6,1 bilhões —parte dela protegida por liminares da Justiça.

A solução prevista na MP é prorrogar o prazo das concessões dessas usinas, para que elas tenham alguns anos a mais de receitas e consigam, dessa forma, quitar as dívidas.

Falta passar o texto no Senado, mas para um representante de geradores, será mais fácil que a aprovação na Câmara.

 

O que estou lendo
Álvaro Dias 
pré-candidato à Presidência (Podemos)

 Em campanha para a Presidência da República, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) lê “Lincoln”, de Gore Vidal.

Para Dias, a obra mostra a eficiência das eleições primárias nos Estados Unidos.

“Militantes e eleitores tornam-se artífices do projeto eleitoral ao escolherem o candidato do seu partido, e, por isso, são cúmplices no sucesso ou no insucesso”, diz o pré-candidato.

“Lincoln foi subestimado por muitos, superou nas primárias concorrentes favoritos e contou depois com eles para vencer e governar.”

Dias tem reiterado que não desistirá de concorrer.

 

Na marra

A J&F, holding que controla a JBS, gastou R$ 50 milhões desde dezembro em investigações internas, criação de comitês, estudos de setores que podem ser vulneráveis, entre outras iniciativas do setor de compliance.

A área foi reestruturada para atender a exigências do acordo de leniência com o MPF (Ministério Público Federal), diz o diretor Emir Calluf.

Se uma investigação interna é aberta, é preciso contratar empresas de análises de dados digitais e de celulares. Uma segunda companhia, chamada de sombra, audita os dados da primeira.

Isso explica em parte o gasto da J&F, que ainda pagará R$ 10,3 bilhões de multa.

Cerca de 250 denúncias anônimas são feitas pelo canal criado para esse propósito, como parte do programa de compliance.

“Todas as empresas, como Eldorado e banco Original, são atendidas pelo serviço. São cerca de 250 manifestações por mês, e chegam histórias variadas, até empregado que leva uma picanha da linha de produção.”

Somadas, as companhias da J&F têm cerca de 240 mil funcionários.

 

Com greve, obra para

O nível de atividade da construção paulista teve baixa em maio, mas o emprego no setor subiu, aponta a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que interrompeu o suprimento de matérias-primas para a produção, foram sentidos em maio, segundo Carlos Pedrosa Auricchio, diretor da Fiesp.

“O volume de vendas no comércio caiu, pois os consumidores não tinham combustível para ir aos depósitos.”

A previsão dele para os próximos meses, no entanto, é que os dois indicadores, de emprego e produção, tenham a mesma tendência.

Os dados do setor vinham positivos no ano —tanto a produção de materiais como as vendas estavam em uma trajetória de ascensão entre janeiro e abril de 2018.

A expectativa dos agentes de mercado, no entanto, teve queda em maio, o que sinaliza que há pessimismo com os próximos meses.

 

Prioridades A CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai apresentar a cerca de cem diplomatas as propostas formuladas pelo setor para os candidatos à presidência da República. O encontro será nesta terça-feira (10).

Franquias A Fórmula, rede de farmácias de manipulação, vai inaugurar três unidades em São Paulo e uma em Campinas (SP). Serão as primeiras da empresa no estado paulista. São 77 lojas no país atualmente.

Expansão A Robert Half, de recrutamento, vai abrir uma unidade em São Bernardo do Campo (SP). O objetivo é estar próximo a clientes no ABC Paulista e na Baixada Santista, que representam 10% da receita da operação brasileira.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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