Se passar para o segundo turno, Haddad vai exibir relação com família e religiosidade

Nasce o bom menino Confirmado o cenário apontado no novo Datafolha, Fernando Haddad (PT) vai exibir figurino diferente para enfrentar Jair Bolsonaro (PSL) e a torrente de boatos sobre seus costumes no segundo turno. O PT vai explorar mais a ligação dele com a família e com a religiosidade. O candidato será apresentado como homem de fé, marido e pai cioso, reverente aos patriarcas, como o avô Cury Habib Haddad, sacerdote da Igreja Ortodoxa cuja foto o petista carrega dentro da carteira.

Moço de família Haddad deu uma amostra grátis dessa persona nas considerações finais do debate da Globo. Enalteceu seu casamento de três décadas e citou o pai como uma de suas inspirações.

Somar forças A exposição da vida privada do candidato faz parte da estratégia que visa neutralizar notícias falsas que se alastraram na reta final do primeiro turno. Como o Painel publicou na sexta (5), ele fará um apelo à união em torno de seu nome assim que sair o resultado da votação deste domingo (7).

Dos males o menor O novo Datafolha mostra que 80% dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) rejeitam Bolsonaro. Num eventual segundo turno entre o capitão reformado e o petista, indica a pesquisa, 67% dos que optaram pelo pedetista no primeiro turno iriam com Haddad.

Invasão em curso A campanha de Jair Bolsonaro havia identificado em pesquisas internas que a onda a favor do candidato arrefeceu neste sábado (6). Ainda assim, o Datafolha indica que ele segue avançando em eleitorado lulista. O candidato do PSL oscilou positivamente entre os que ganham até dois salários mínimos e no Nordeste.

É a lama O clima de desolação na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) é tão grande que auxiliares do tucano especulavam sobre a possibilidade de o ex-governador terminar a disputa com 5% dos votos –ele marcou 7% no Datafolha.

Aos cacos Entre os eleitores de Alckmin, 45% dizem preferir Haddad a Bolsonaro num segundo turno. Outros 32% vão com o PSL e 22% não sabem.

Deixe-me ir Coordenador do programa econômico tucano, Pérsio Arida vai para Londres após o primeiro turno.

Carta de intenções Desde que ficou claro que as chances de Alckmin passar para o segundo turno seriam remotas, integrantes do DEM abriram comunicação com a campanha de Bolsonaro. Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que apoia o candidato do PSL, fez a ponte.

Meia palavra basta O DEM comemorou a notícia de que Bolsonaro não quer o apoio de partidos. Líderes –inclusive ACM Neto, presidente da sigla– pretendem anunciar a opção pessoal pelo deputado contra a esquerda e só.

Conjunto vazio Políticos com experiência no Congresso foram chamados por instituições financeiras para falar sobre como projetam um governo Bolsonaro. Resposta: caótico. Hoje, disseram, ele não tem um bom interlocutor com o Legislativo.

Chuva de papel Na disputa pelo governo de São Paulo, a oscilação positiva de Márcio França (PSB) detectada pelo Datafolha deve reforçar o temor na campanha de Paulo Skaf (MDB) sobre a influência que o tamanho da coligação montada pelo pessebista pode ter na votação.

Chuva de papel 2 França tem quase dois mil candidatos a outros cargos em seu palanque. O número dele está nos santinhos desse exército. Skaf tem cerca de 90. Além disso, os eleitores do PSB acertam mais do que os do MDB ao indicar o número que vão digitar na urna: 53% a 30%.

Dois a zero A chance de um segundo turno entre Anastasia (PSDB) e Zema (Novo) em Minas é má notícia para Haddad –que já perde para Bolsonaro nas intenções de voto no estado. Aliados apostam que o tucano vai declarar apoio ao capitão reformado –Zema já o fez. Se Fernando Pimentel não passar à próxima fase, o PT ficará sem palanque.

TIROTEIO

O desafio é que o derrotado aceite o resultado. O risco é a ruptura do pacto de civilidade de que a democracia depende

Do professor Conrado Hübner Mendes, da USP, sobre os desafios e riscos embutidos na eleição mais polarizada da história recente

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