Republicanos perdem maioria na Câmara, mas mantêm controle do Senado nos EUA

O partido republicano do presidente Donald Trump conseguiu manter a maioria no Senado após as eleições legislativas desta terça-feira (6). O partido, porém, perdeu o controle da Câmara, onde os democratas ganharam ao menos 24 cadeiras. A apuração ainda está em andamento em alguns estados.

Às 3h50 da madrugada desta quarta (7) os democratas tinham confirmado 195 vagas na Câmara contra 181 dos republicanos. É preciso 218 para confirmar o controle da casa. No Senado, os republicanos já ultrapassaram as 50 vagas necessárias para definir a maioria. 

A vitória republicana no Senado contou com a ajuda de estados-chave que tiveram decisões acirradas. No Texas, o republicano Ted Cruz, ícone do movimento Tea Party e aliado de Trump, venceu disputa apertada contra o democrata Beto O'Rourke. 

A  Flórida, estado que não tem uma preferência partidária bem definida, elegeu republicanos para o Senado e para o governo estadual. 

O presidente e suas plataformas foram o tema central e praticamente único desta eleição. Política migratória e política externa conseguiram ofuscar temas que costumam dominar a atenção do eleitor, como economia e segurança.

Os democratas apostaram numa plataforma anti-Trump, pró-imigração e pró-saúde.

Apostaram, também, em caras novas e na ala "socialista" do partido "“a expoente desse grupo, Alexandria Ocasio-Cortez, 29, se elegeu para uma vaga na Câmara por Nova York, projeta a CNN. 

Outra liderança da ala mais à esquerda, o veterano Bernie Sanders, que disputou a candidatura presidencial do partido com Hillary Clinton, em 2016, mas é independente, também se elegeu senador em Vermont.

Já o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ligado à ala mais tradicional do partido democrata, confirmou o favoritismo e passará a seu terceiro mandato. O resultado reforça seu nome como possível candidato do partido a presidente em 2020.

Do lado republicano, Mitt Romney, que perdeu a presidência para Barack Obama em 2012, foi eleito para o Senado pelo estado de Utah.

Trump passou o dia fazendo uma das coisas pelas quais mais ficou famoso nos últimos dois anos: escrevendo mensagens em uma rede social.

Foram seis tuítes, sendo quatro endossando candidatos. O sucesso de sua campanha, porém, só seria conhecido nesta manhã.

Tradicionalmente, as eleições de meio de mandato do presidente tendem a dar maioria à oposição --a exceção recente foi o republicano George W. Bush em 2002, com o país ainda abalado pelo 11 de Setembro. Analistas na mídia americana, porém, avaliaram este pleito como mais "plebiscitário" do que os demais.

A Câmara tem 435 cadeiras, todas em disputa, com mandatos de dois anos. O Senado, com mandatos de seis anos, terá 35 das 100 vagas renovadas.

Os americanos escolheriam também governadores em 36 dos 50 estados. Além disso, foram colocadas para consulta popular 155 medidas em 37 estados.

Relatos na imprensa davam conta de comparecimento alto —a média para legislativas costuma ser de 40%, já que o voto não é obrigatório. Os últimos estados da costa oeste encerraram a votação às 3h em Brasília.

A votação foi relativamente tranquila. Durante o dia, algumas notícias falsas envolvendo o tema foram publicadas no Facebook, que informou que removeu os posts.

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