Relator tenta aprovar reforma tributária ainda em 2018

Ainda há tempo para votar reforma tributária, apesar do calendário político do segundo semestre ser apertado, garante o relator do projeto na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

Se o tema não passar em 2018, levará dois anos da próxima gestão para voltar ao estágio de discussão atual,diz.

“Sem a aprovação neste ano, será preciso começar do zero com um novo presidente, ministros, governadores, secretários de Fazenda etc.”

A principal mudança da proposta é a unificação de taxas que incidem sob o consumo, como o ICMS, em um só tributo, chamado de IVA (Imposto Sobre Valor Agregado). 

O Congresso está em recesso. As convenções partidárias começarão a ocorrer nesta semana e no dia 7 de outubro acontece o primeiro turno.

“O [presidente da Câmara] Rodrigo Maia (DEM-RJ) me disse para fazer o acordo, terminar a relatoria na comissão da reforma tributária e entregar na mão dele. Haverá duas semanas em agosto e uma em setembro, antes das eleições.”

O deputado busca apoio de entidades empresariais e se encontrou com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), José Roriz Coelho.

A matéria precisa passar na Câmara, no Senado, voltar para os deputados e depois ser enviada à sanção presidencial.

“Seria bom aprovar mesmo parte dela, para que o tema já tenha algum encaminhamento no começo dos mandatos dos políticos que forem eleitos neste ano”, afirma Roriz.

 

Há risco de falta de madeira para a indústria, dizem especialistas

A produção nacional de toras de pinus, madeira usada nas indústrias de construção, móveis e celulose, está estabilizada e há risco de que não atenda à demanda crescente pelo produto.

“É uma madeira de ciclo relativamente curto, pode ser cortada a partir de sete anos após o plantio. Na crise, a demanda caiu bastante e produtores pequenos abandonaram o cultivo”, diz Marcelo Schmid, da Forest2Market.

O resultado, segundo ele, é que o total de toras produzidas ficou praticamente estável em torno dos 49 milhões de metros cúbicos. 

A demanda e o preço agora têm aumentado. “Consumimos hoje cerca de 48,5 milhões de metros cúbicos ao ano”, afirma ele.

“A procura teve alta com os entraves dos EUA à importação da madeira canadense.”

“Com o preço baixo do passado, produtores não fizeram o corte de 30% da floresta aos sete anos, o que compromete o espaçamento das árvores. Teremos problemas de qualidade por isso”, diz Diogo Leuck, da Ibá (indústria da árvore).

“O Paraná, responsável por 42% da produção do país, teve queda de 5% no ano passado. A tendência é que o plantio volte crescer, mas levará tempo para vermos o efeito.”

 

Receita caseira para o frete

A fabricante paulista de alimentos processados Predilecta decidiu acelerar os investimentos em sua frota própria de veículos após a paralisação dos caminhoneiros.

“O tabelamento do frete impacta muito o nosso negócio porque transportamos itens de baixo valor agregado. Cerca de 60% da produção já era carregada em nossos caminhões, agora deveremos chegar a 75%”, diz o diretor Bruno Trevizaneli.

A companhia vai investir cerca de R$ 30 milhões nos próximos seis meses, segundo o sócio-diretor Antônio Tadiotti. Parte dos recursos utilizados serão próprios e outra será captada com bancos.

“Verticalizar o negócio ajuda muito não só a reduzir preços mas também no acompanhamento da qualidade.”

Além da compra de caminhões e implementos, também está prevista a importação de máquinas para aumentar a produção, diz ele.

“Nossa intenção é aumentar a produção principalmente nas áreas de atomatados e de vegetais [como milho e ervilha em conserva]”, diz ele.

R$ 1,6 bilhão
foi o faturamento da Predilecta em 2017

1.300
é o número aproximado de funcionários diretos do grupo

350
são os produtores rurais que fornecem insumos

 

Linha de montagem

Ao longo do primeiro semestre, a porcentagem de micro e pequenas indústrias que buscaram empréstimos diminuiu —em junho, 10% tentaram negociar linha de crédito, e 3,6% delas conseguiram.

Os dados são do Simpi (sindicado da micro e pequena indústria). “Um quinto das empresas nem recebeu respostas”, diz Joseph Couri, presidente da entidade.

O setor continua muito endividado —o nível de inadimplência em junho foi de 42%. “O semestre foi ruim, com o agravante do impacto da greve dos caminhoneiros na maioria dos industriais.”

 

De olho no balanço

Geração de receita e discussões judiciais foram as áreas que receberam maior atenção nas auditorias de companhias abertas no Brasil em 2017, segundo o Ibracon (instituto do setor).

Ambas apareceram em cerca de 30% dos 1.100 relatórios analisados pela entidade, afirma Francisco Sant’Anna, presidente do Ibracon e membro do conselho da Deloitte.

Auditores precisam, desde 2016, detalhar quais pontos foram examinados com maior cautela nas empresas reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários.

“O relatório do auditor está diretamente ligado à conjuntura do país”, diz Valdir Coscodai, sócio da PwC. A tendência é que a geração de receita fique cada vez mais em evidência em um cenário de retomada, afirma.

Caso a recuperação econômica do país siga abaixo do esperado, porém, auditores deverão olhar mais para fatores relativos a passivos e avaliação de perdas em ativos, diz Claudio Camargo, sócio da EY.

 

Comprador... Quase metade dos brasileiros (47%) dizem que não comprariam mais de uma empresa após uma experiência ruim, diz a Deloitte.

...exigente O consumidor local está menos disposto a pagar mais por bom atendimento. A média brasileira é de 36%, contra 42% da mundial.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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