Árbitros de tênis podem criar associação após episódio com Serena

A discussão envolvendo a tenista americana Serena Williams e o árbitro português Carlos Ramos, na final feminina do Aberto dos Estados Unidos, no último sábado (8), deixou a categoria de juízes de tênis preocupada a ponto de pensar em criar uma entidade própria.

​De acordo com reportagem no jornal inglês The Guardian, muitos árbitros ficaram revoltados com a postura da ITF (Federação Internacional de Tênis), que demorou 48 horas após toda a confusão para soltar uma nota defendendo Ramos.

Na final do Aberto dos Estados Unidos, Serena Williams discutiu asperamente com o árbitro português, inconformada por receber uma advertência em razão de receber orientação de seu treinador  Patrick Mouratoglou, durante a final com a japonesa Naomi Osaka, que foi a campeã do torneio.

Pela regra, os treinadores não podem conversar com seus atletas durante as partidas. Serena ficou irritada com a advertência, negou ter recebido qualquer orientação do técnico e exigiu que a marcação fosse revogada. 

Na sequência da partida, ainda revoltada com a primeira marcação, Serena Williams seguiu discutindo com o árbitro, principalmente após ter recebido uma nova advertência, por ter quebrado uma raquete em quadra, que lhe custou um ponto; por fim, após chamar o português de "ladrão", foi punida com a perda de um game.

Serena foi multada em US$ 17 mil (R$ 70 mil) em razão das três punições recebidas na partida.

Segundo o The Guardian, vários árbitros ficaram irritados também porque tanto a WTA (Associação de Tênis Feminino) quanto a USTA (Associação de Tênis dos Estados Unidos) apoiaram as alegações de sexismo feitas por Serena Williams na coletiva após a partida.

Para estes árbitros, as entidades deixaram Carlos Ramos exposto publicamente neste caso.

A criação de uma entidade, de acordo com o jornal inglês, seria uma forma de proteção aos juízes, que são contratados pelos organizadores dos torneios e temem perder seus empregos caso façam alguma manifestação pública.

Segundo um juiz, que teve sua identidade preservada pelo The Guardian, os árbitros de tênis não têm nenhum meio independente de representação. Além disso, são proibidos também de falar com a imprensa e não contam com apoio das entidades oficiais. 

Segundo Mike Morrissey,  antigo juiz de cadeira e ex-diretor de arbitragem na ITF, Carlos Ramos é um dos melhores árbitros de tênis do mundo. " Carlos é um dos principais árbitros mundiais de tênis desde a metade dos anos 90, e tem a reputação de ser firme mas justo na forma pela qual trata os jogadores" , afirmou.

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