Presidente do Chile viaja à região onde indígena morreu em ação policial

O presidente chileno, Sebastián Piñera, viajou até o estado da Araucanía, no sul do país, para tentar acalmar os ânimos na região que vive uma série de protestos e ataques após a morte de um indígena durante uma operação policial.  

O mapuche Camilo Catrillanca, de 24 anos, foi morto com um tiro na nuca no dia 14 de novembro, quando dirigia um trator ao lado de um adolescente de 15 anos.

O episódio reacendeu a tensão na região, epicentro do conflito entre as comunidades mapuches —povos originários que ocupam o sul da Argentina e do Chile— e o governo e levou à renúncia do governador do estado, Luís Mayol, na terça-feira (20).

Os questionamentos à ação da polícia geraram mais de uma centena de ataques na área e manifestações de apoio em Santiago, que terminaram com pessoas detidas.

"Nós queremos que a morte de Camilo Catrillanca não seja em vão", disse nesta sexta o presidente Piñera, que apoiou o trabalho da polícia nesse lugar, fortemente questionada após a operação que acabou com a vida de Catrillanca.

Piñera foi recebido pelo novo governador, Jorge Atton, que assumiu na terça após a renúncia de Mayol. O mandatário, que não previa se reunir com a família do jovem, disse que “o diálogo é o caminho para encontrar acordos”.

Em meio à forte presença policial, centenas de pessoas se reuniram do lado de fora da sede do governo da região.

Ele também se reuniu com três professores que foram assaltadas no dia da morte do mapuche. Em busca dos suspeitos, agentes das forças especiais entraram na comunidade onde vivia Catrillanca fazendo vários disparos. Cerca de 20 tiros atingiram o trator dirigido por ele. O adolescente que estavaa seu lado foi golpeado e detido pela polícia, em um procedimento declarado “ilegal” pela Justiça posteriormente.

A polícia inicialmente afirmou que Catrillanca morreu durante um enfrentamento após uma perseguição a suspeitos de roubo de veículos. Autoridades também disseram que não havia registros da operação, algo obrigatório no Chile. A versão foi mudando, até que reconheceram que um oficial destruiu o registro de vídeo.

Os ataques incendiários, frequentes na região no marco das reivindicações de terras por parte de grupos indígenas radicais, pioraram após a morte de Catrillanca.

Segundo o governo, até a terça-feira —seis dias após a morte do mapuche— foram registrados 101 episódios de violência na Araucanía e na região vizinha de Biobío.

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