Premiê visita região afetada por chuvas no Japão

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, visitou desabrigados, nesta quarta-feira (11), na região oeste do país, onde pelo menos 179 pessoas morreram após chuvas torrenciais que causaram inundações e deslizamentos de terra.

Depois de cancelar uma viagem por quatro países, incluindo Bélgica e França, Shinzo Abe deixou Tóquio no início desta manhã para sobrevoar a província de Okayama, uma das mais atingidas, junto com Hiroshima. O premiê também visitou vários lugares afetados e se reuniu em privado com alguns moradores instalados em abrigos. Não deu declarações à imprensa.

O porta-voz do governo confirmou hoje as 179 mortes e advertiu que há vários desaparecidos na maior tragédia provocada por um fenômeno meteorológico no Japão desde 1982. As autoridades falam em pelo menos nove desaparecidos, enquanto a imprensa já aponta para algo entre 50 e 60.

Agora, as equipes de emergência lutam para encontrar sobreviventes entre os escombros, uma possibilidade cada vez mais remota.

"Nesses últimos anos, vimos desastres ligados à chuva bem mais letais do que antes. Temos de rever o que o governo pode fazer para reduzir os riscos", afirmou o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva.

Mais de 10 mil pessoas que abandonaram suas casas permaneciam em abrigos no centro e no oeste do Japão.

"Os 75.000 policiais, bombeiros, soldados das Forças de Autodefesa [nome do Exército japonês] e da Guarda Costeira fazem o possível para ajudar os afetados", declarou Yoshihide Suga.

As buscas e os trabalhos de limpeza prosseguem sob um intenso sol, com temperaturas previstas de 35ºC.

Nas atuais circunstâncias, os socorristas precisam "de uma grande vigilância" pelo risco de insolação e ondas de calor, assim como pela possibilidade de novos deslizamentos de terra, explicou o porta-voz.

As fortes chuvas registradas entre sexta-feira e domingo provocaram grandes inundações, ondas de lama e muitos danos, que deixaram vários moradores bloqueados, apesar das ordens - não obrigatórias - e das recomendações para que milhões de pessoas abandonassem suas casas.

No bairro Mabi de Kurashiki, a água começa a diminuir de nível, deixando uma camada de barro.

Socorristas percorriam as ruas cobertas de destroços arrastados pela corrente, enquanto os moradores começavam a limpar a região.

"Continuamos as buscas em Mabi com oficiais das Forças de Autodefesa. Verificamos cada casa para garantir que não há pessoas bloqueadas", afirmou uma fonte do governo regional de Okayama.

"Também oferecemos serviços de banho quente e distribuímos água. Sabemos que é uma batalha contra o tempo e fazemos todos os esforços possíveis", disse.

Na cidade de Kurashiki, de 483.000 habitantes, 8.900 casas estavam sem água corrente, um problema que afeta mais de 200.000 casas no oeste do país.

Nas áreas em que havia construções nas encostas das montanhas, os deslizamentos destruíram completamente as casas, e alguns bairros foram totalmente tomados pelo barro.

"Estamos lutando para encaminhar bens, água e artigos de primeira necessidade para as zonas isoladas. Nós os enviamos por rotas marítimas e aéreas, mas será preciso muito tempo para ver as zonas atingidas se restabelecerem. Também estamos preocupados com o estado dos sobreviventes, no momento em que a temperatura sobe rapidamente. Instalamos ares-condicionados portáteis nos abrigos", relatou Yoshinobu Katsuura, um funcionário da prefeitura de Ehime.

Em 72 horas, foram registrados recordes pluviométricos em 118 pontos de observação de 15 municípios.

Mais de 70% do território japonês é formado por montanhas e colinas. Muitas casas estão construídas em encostas íngremes, ou em planícies suscetíveis a inundações, ou seja, zonas de risco.

Além disso, muitas casas japonesas são de madeira, especialmente as construções mais tradicionais nas zonas rurais.

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