Prefeitura do Rio fecha CT do Flamengo

A Prefeitura do Rio fechou nesta quarta-feira (27)  o Centro de Treinamento do Flamengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. O local foi palco do incêndio no dia 8 de fevereiro que provocou a morte de dez atletas das categorias de base do clube e deixou três feridos.

Essa é a segunda vez que a gestão municipal determina o fechamento do Ninho do Urubu. Nesta quarta, a Guarda Municipal cercou o CT para evitar que ele seja reaberto, como aconteceu em outubro de 2017.

Participaram da operação fiscais das secretarias municipais de Fazenda e da Ordem Pública, acompanhados pelo Ministério Público do Rio. A decisão das autoridades é manter a Guarda Municipal enquanto o Flamengo não legaliza sua documentação junto aos órgãos municipais. 

Os fiscais afixaram nas portas do Ninho do Urubu cópias do edital de outubro de 2017, determinando seu fechamento. O incêndio no CT do Flamengo ocorreu na madrugada do dia 8. As vítimas estavam em contêineres que serviam como moradia para os atletas da base e foram instalados pelo clube no local.

De acordo com a prefeitura, o Flamengo cometeu duas ilegalidades: manteve o centro em funcionamento, mesmo depois de sua interdição, em outubro de 2017, e construiu um alojamento sem que nunca tenha pedido licença para sua instalação. 

A área em que o Flamengo construiu o alojamento de suas categorias de base tinha permissão para funcionar apenas como estacionamento. A autorização foi concedida em 2018.

Até o incêndio, o Flamengo foi multado 31 vezes, segundo a Prefeitura do Rio por falta de alvará de funcionamento. O clube pagou 10 multas e devia as outras 21.

Dirigentes da equipe negaram a falta de licenças. “Isso não tem nada a ver com o acidente”, afirmou o diretor-executivo do Flamengo, Reinaldo Belotti. “Temos providências a tomar para que o CT seja legalizado. Estamos trabalhando para isso. Precisávamos de 9 certificados, já temos 8. E estamos finalizando com os bombeiros para conseguir esse último alvará”, completou.

A Prefeitura do Rio divulgou em nota, no dia 8 de fevereiro, que a atual licença do CT tem validade até 8 de março de 2019.

"A área de alojamento atingida pelo incêndio não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, em 05/04/18, como edificada. Em nenhum pedido feito pelo Flamengo existe a presença de um alojamento na área em questão. Não há registros de novo pedido de licenciamento da área para uso como dormitórios ", diz a prefeitura, que informou também que irá abrir " um processo de investigação para apurar as responsabilidades".

Desde o incêndio, o Flamengo descartou cumprir a decisão da Prefeitura do Rio de fechar o centro de treinamento. No dia 15 de fevereiro, o vice-presidente Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, minimizou a ausência de licença municipal para o funcionamento do centro de treinamento do clube desde 2017.

“Uma decisão administrativa cabe recurso. Se eu quiser recorrer, vou recorrer. Estou no prazo para fazer certas coisas. Só acho que essa questão de licença é colateral. Nós temos campos de futebol que não oferecem risco nenhum”, afirmou Abranches.

Em reunião promovida entre o clube e autoridades, a Prefeitura do Rio de Janeiro havia afirmado que o CT deveria ser interditado. Mesmo assim, desde o dia 15, o clube seguiu utilizando o local para treinos da equipe profissional. 

No dia 13 de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro proibiu o a entrada e permanência de crianças e adolescentes no CT Ninho do Urubu, do Flamengo.

A decisão foi do juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso. Em caso de descumprimento da decisão, o clube carioca será multado em R$ 10 milhões. 

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