Petrobras conclui venda da refinaria de Pasadena à Chevron

A Petrobras informou nesta quarta (1) que concluiu o processo de venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, para a americana Chevron. 

O negócio foi fechado no fim de janeiro por US$ 562 milhões (cerca de R$ 2 bilhões, na cotação da época), cerca de metade do valor desembolsado pela estatal para ter a unidade, que é alvo da Operação Lava Jato.

Em comunicado ao mercado nesta quarta, a Petrobras disse que recebeu o pagamento de US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão). Do valor total pago, 75% correspondem às ações da empresa e o restante, ao capital de giro.

Esta última parcela ainda será ajustada para refletir a posição de capital da refinaria na data do fechamento da operação, informou a estatal brasileira.

Localizada nos arredores de Houston (localizada no estado do Texas), a refinaria é vista pela Chevron como uma oportunidade para refinar petróleo produzido em reservas não convencionais nos Estados Unidos e atender sua rede de postos de gasolina na região.

A operação faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobras e foi aprovada pelo conselho de administração da estatal no dia 30 de janeiro, quase um ano após a oferta do ativo ao mercado.

A refinaria de Pasadena foi comprada em 2006 sob o argumento de que a Petrobras precisava de um ponto de entrada no mercado americano de combustíveis. 

A estatal pagou US$ 360 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão, na cotação atual) por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões (R$ 170 milhões) desembolsados um ano antes pela suíça Astra por 100% do capital.

Em razão de uma disputa judicial, a Petrobras acabou desembolsando, ao todo, US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões) para ficar com todas as ações.

O processo de compra da refinaria foi alvo da Operação Lava Jato e é hoje investigada também pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia responsabilidades da gestão da empresa durante os governos petistas pelo prejuízo.

Em uma das ações, a área técnica da autarquia pede a condenação de ex-diretores e ex-conselheiros da estatal, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff, por terem faltado com o dever de diligência ao aprovar a compra da empresa.

No comunicado desta quarta, a Petrobras diz que a operação "está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia".

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