Para esconder bolsa de colostomia, Bolsonaro muda figurino

Desde que deixou o hospital Albert Einstein no dia 29 de setembro, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) adotou um novo figurino.

As camisas sociais claras foram trocadas por camisetas e jaquetas esportivas, preferencialmente de cores escuras. Essas opções são adotadas especialmente para os momentos em que o capitão reformado do Exército tem atividades fora de sua casa, no Rio de Janeiro.

A decisão está relacionada ao fato de ele ainda estar com uma bolsa de colostomia. Para disfarçar o objeto, que fica colado ao corpo e faz a coleta de fezes e gases, ele passou a vestir peças com cores escuras, como preto e azul marinho.

Como a bolsa gera desconforto e incômodo, o candidato adotou modelos mais confortáveis, preferindo tecidos mais grossos e menos colados ao corpo.

Bolsonaro tem demonstrado desconforto em alguns momentos ao se deslocar e ter contato com o público. Ao sentar-se no carro ou deixar o veículo, ele faz cara de dor em alguns momentos.

Ele se queixou de dor ao ser esbarrado no domingo (7), quando saiu de casa pela primeira vez para votar, no Rio. Aliados contam que um esbarrão na bolsa provocou dor. 

São frequentes as vezes que amigos e políticos chegam em sua casa e, mesmo com horário marcado para visita, são informados pelos porteiros de que precisam aguardar o fim do repouso de Bolsonaro.

Ele passará por nova avaliação médica na quinta-feira (18), quando a equipe do Albert Einstein vem ao Rio para realização de exames. A expectativa é de que, mesmo com a bolsa, ele seja liberado para atividades regulares de campanha.

Inicialmente, o plano era de que ele mesmo fosse a São Paulo. Conteúdo, a necessidade de escolta da Polícia Federal e o estado frágil de saúde do candidato, mudou os planos.

Ele deve fazer exames de imagem com uso de aparelhos portáteis que serão trazidos pelos médicos. 

Uma nova avaliação de seu peso e do ganho de massa magra também deve ser feita.

Segundo os profissionais de saúde, ele precisa recuperar a estrutura muscular. Desde que sofreu o atentado, Bolsonaro perdeu 15 kg.

Há uma terceira cirurgia programada para o presidenciável para a retirada da bolsa de colostomia. Segundo os médicos, isso só poderá ser feito a partir de 12 de dezembro, quando são completados três meses desde a última operação à qual foi submetido. 

ATENTADO

Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro durante ato de campanha em Juiz de Fora, Zona da Mata de Minas Gerais.

O presidenciável foi atingido na barriga por Adélio Bispo de Oliveira quando era carregado nos ombros de apoiadores.

Ele foi levado à Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência devido a uma perfuração no abdômen. 

No dia seguinte, o candidato foi transferido ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu internado por 23 dias.

Uma semana depois, após obstrução no intestino, ele foi operado novamente.

Desde que recebeu alta, Bolsonaro teve sua segurança reforçada e não tem mantido atividades públicas de campanha.

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