Para cortar cursos, Odebrecht vende edifícios em Salvador, onde foi criada

A Odebrecht S.A. decidiu vender o complexo de três edifícios de seu escritório na avenida Luís Viana, em Salvador. A medida, naturalmente, terá efeito na redução de custos e endividamento para a empresa, que protocolou em junho o maior pedido de recuperação judicial da história brasileira, ao alcançar dívidas superiores a R$ 98 bilhões. Mas o peso maior está na simbologia da decisão. A ligação com a Bahia é histórica e afetiva. 

Passado Embora a sede esteja em São Paulo, foi em Salvador que Norberto Odebrecht fundou a empresa, há 75 anos.

Vão-se os anéis Os imóveis têm 8,3 mil m² de área construída, em terreno de 26,5 mil m². Ele abriga parte de uma reserva de Mata Atlântica. Há no local um centro de memória da empresa, com núcleo cultural e biblioteca, cujas visitas serão suspensas. 

Ficam os dedos A venda deverá entrar no plano de reestruturação financeira que a holding do Grupo Odebrecht vai apresentar na última semana de agosto, no processo de recuperação judicial.

Desocupação No fim da tarde desta sexta-feira (2), a companhia encaminhou um comunicado aos trabalhadores do escritório da Bahia informando que a desocupação total do imóvel deve acontecer até 30 de setembro.

Futuro “Cada empresa do Grupo Odebrecht que ocupa [o imóvel] (ODB, OEC, Enseada, Fundação Odebrecht e Bahiamido) definirá para onde se transferirá, mantendo seus cerca de 60 integrantes e as empresas prestadoras de serviços devidamente informados”, diz a mensagem. 

Laços O texto ressalta que a companhia tem desejo de manter sua ligação com a Bahia. “Nossas empresas (...) seguirão prestando serviços, entregando produtos (...) num dos estados com mais forte presença da Odebrecht”, afirma o texto.

Atirei o Pau no gato A Neoenergia fez uma força-tarefa para combater fraudes e furto de energia no primeiro semestre. Suas quatro distribuidoras —Celpe (PE), Coelba (BA), Cosern (RN) e Elektro (SP e RN)— fizeram aproximadamente 239 mil inspeções técnicas.

Choque O esforço conjunto levou à regularização de 69 mil clientes e à devolução de 206 milhões de kWh, o equivalente para suprir um município como Natal por dois meses, segundo Mario Ruiz-Tagle, diretor-presidente da Neoenergia.

Decolagem atrasada Os termos do convênio para a transferência da exploração do aeroporto Campo de Marte para o estado de São Paulo chegaram a ser escritos, conforme deseja o governador João Doria, mas o senador Major Olimpio (PSL-SP) agora pressiona para eliminar trechos que, segundo ele, estimulam especulação imobiliária. 

Arremeteu Doria diz que o projeto segue em curso apesar da contestação do senador. A meta é desativar em no máximo três anos a pista de pouso de aviões de pequeno porte de asa fixa, mantendo apenas os helicópteros, além da construção de um parque público. “O Major Olimpio está no seu direito de protestar e ser contra. E nós no de fazer política pública e levar adiante esse projeto”, afirma Doria. 

Turbulência "O único paulista que quer isso é o Doria e os amigos dele que têm interesse em comprar, se já não compraram, a região”, diz o senador. Segundo ele, a desativação da pista, proposta pelo governador, permitirá a construção de prédios mais altos do que o padrão nas regiões de Santana, Vila Maria e Casa Verde e prejudicará o transporte de órgãos e de presos perigosos pela Polícia Militar.

Hélices Para Olimpio, o argumento da instalação de um colégio militar no local, que seria um “sonho de Bolsonaro”, foi o “canto da sereia” de Doria para obter apoio do presidente, mas não é necessário desativar a pista para isso. “O colégio para mil alunos vai ocupar 87 mil m². O Campo de Marte tem 2,1 milhões de m².”

Disciplina Doria nega haver correlação entre a desativação do Campo de Marte e a implantação do colégio militar. “São assuntos que estão sendo tratados simultaneamente, mas não são dependentes”, disse o governador. 

Latinha A Ambev começa a construir em Sete Lagoas (MG) sua primeira fábrica de latas de alumínio, com investimento de R$ 700 milhões. Inicialmente, abastecerá a região Sudeste. O insumo é considerado uma das principais despesas das cervejarias. 

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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