Os novos governos e a educação, gerando propostas para melhorar o ensino

Nesta semana, tivemos dois eventos que podem ter importante papel na política educacional dos novos governos: um grande congresso dos jornalistas que cobrem educação no país e o encerramento de um curso, oferecido para funcionários de carreira de cada uma das 27 secretarias estaduais de educação, sobre a reestruturação do ensino médio.

Há neles uma agenda comum: assegurar que o ainda insuficiente esforço para melhorar a qualidade da educação seja mantido e acelerado nos próximos governos. 

Isso inclui não destruir iniciativas promissoras que não tiveram tempo para dar frutos em cada estado. Entre elas, o aperfeiçoamento e a implementação da Base Nacional Comum Curricular, que o Brasil tanto demorou em preparar.

O congresso de jornalistas incluiu painéis com gestores públicos, jornalistas, pesquisadores em diferentes tópicos da política educacional —do país e do exterior—, professores, estudantes e inovadores em educação. A ideia é influenciar a opinião pública na direção de excelência e equidade para todos.

Já no curso com servidores públicos das secretarias, organizado pelo Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) com o apoio de parceiros, os trabalhos de conclusão —a serem apresentados aos novos governadores— envolviam a preparação de uma estratégia para preparar o currículo estadual de ensino médio e a identificação de ações para melhorar a qualidade da educação neste nível de escolaridade.

 Esses esforços complementam o que a iniciativa #EducaçãoJá, do Todos pela Educação, tenta fazer com os candidatos a governantes: trazer para eles propostas concretas (e não apenas diagnósticos) para garantir o acesso de todos aos bancos escolares e a sua permanência com aprendizagens significativas, para realmente termos igualdade de oportunidades.

Esta última é a promessa mais importante de uma sociedade justa e com crescimento inclusivo.

Nos três programas, um destaque é a ênfase na urgência em se promover maior atratividade da carreira de professor e em se investir na melhoria da formação inicial que ele recebe no ensino superior, hoje divorciada do chão da escola.

O professor precisa receber maior suporte em sua prática (inclusive por meio de uma formação continuada relevante para o que se faz na sala de aula) e reconhecimento social.

Mas há um outro elemento que chama a atenção e me lembrou de “A Sociedade em Rede”, obra consagrada de Manuel Castells:  a convergência de esforços de diferentes setores sociais para que as parcas realizações em educação não se percam e que, no afã de se produzir novidades, não se jogue fora a criança junto com a água do banho.

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