Número de linhas de celular pós-pagas sobe 12% e alcança quase cem milhões

O número de linhas de telefonia móvel pós-pagas chegou a quase 100 milhões no fim de 2018, e o de pré-pagas caiu de 147 milhões para 130 milhões. Os dados são da Anatel.

Não foram só os celulares que contribuíram para o aumento dessas contas, mas, também, aparelhos que precisam de conexão, como as máquinas que recebem pagamentos por cartão de bancos.

“São cerca de 5 milhões desses terminais, e há outros objetos ligados à internet que precisam de uma conta telefônica pós-paga para se conectar”, afirma Eduardo Tude, da consultoria Teleco.

Ainda há migração de clientes de telefonia que iniciaram com pré-pago, motivada pelo barateamento das ligações entre diferentes operadoras e maior demanda por pacotes de dados para internet.

A tendência se acentuará com a introdução da tecnologia 5G, de acordo com Luis Pontes, sócio de consultoria de telecomunicações na EY. “As operadoras têm investido bastante em infraestrutura.”

Até lá, os clientes pré-pagos continuam a ser relevantes. A receita da Vivo com eles cresceu 2,6% no último trimestre de 2018 (na comparação com o mesmo período de 2017).

Em sua apresentação de resultados, a Claro informa que a base é de 32,9 milhões e que “mesmo em um cenário de redução do número total de linhas ativas, nossos portfólios pré-pagos conseguiram atrair clientes qualificados.”

A TIM publicou que o faturamento médio por usuário ficou estável, mas a receita do segmento caiu 14,8% em 2018 —nos pós-pagos, subiu 21%.

A Oi ainda não publicou seus resultados do período.

 

Seis mil km submarinos

A Angola Cables, empresa de telecomunicações cujo governo da Angola é o principal acionista, investiu R$ 100 milhões na criação de um data center na Praia do Futuro, em Fortaleza.

O centro de processamento de dados será inaugurado no dia 16 de abril e representa a última etapa de um investimento de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,14 bilhão) que iniciou em 2016.

A empresa ligou o Brasil à Angola e aos Estados Unidos em 2018 a partir de dois cabos de fibra ótica submarinos.

“Nossa proposta de valor é levar o conteúdo digital brasileiro para fora, não o contrário”, diz António Nunes, presidente da empresa.

A ligação com a África pelo cabo do Atlântico Sul permite uma transmissão de dados mais rápida ao continente do que por vias tradicionais, como Estados Unidos e Europa.

A capilaridade da infraestrutura africana também pode acelerar a entrega de conteúdo brasileiro na Ásia. 

 

Produtividade da indústria tem menor alta desde 2015

A produtividade da indústria brasileira cresceu pelo quarto ano seguido em 2018, mas o aumento foi o menor registrado desde 2015, de acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

A variação foi de 0,9% em relação a 2017.

O indicador, medido pelo número de unidades produzidas nas fábricas dividido pelas horas trabalhadas, está em viés de baixa desde o primeiro trimestre do ano passado.

“Houve um impacto muito forte de erro de estratégia no setor por causa da frustração de expectativas e de fatores como a greve dos caminhoneiros”, afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo da confederação.

“Se há um preparo para se produzir mais e a demanda é menor que a projetada, os estoques aumentam e o ritmo de produção é reduzido. É o efeito que acreditamos ter ocorrido em 2018.”

A previsão da entidade é que o crescimento da produtividade em 2019 supere o patamar do ano passado, mas fique abaixo do 4,5% de 2017, segundo Fonseca.

 

Pós-greve

O PIB do setor de transportes cresceu 2,2% em 2018 e movimentou R$ 256 bilhões, segundo a CNT (Confederação Nacional de Transportes).

A greve dos caminhoneiros fez com que o resultado do segundo trimestre fosse negativo em 0,7%, mas não impediu que o resultado anual fechasse acima do desempenho do PIB.

“A retomada pós-greve foi rápida e gerou diálogo na cadeia, que hoje opera com preços mais viáveis”, diz Vander Costa, presidente da CNT.

 

Sol em diferentes planos

A Engie vai investir ao menos R$ 50 milhões em geração solar nos próximos meses. 

A empresa oferecerá contratos de “fazendas” para um só cliente que assinará compromissos de cerca de dez anos e em comunidades. Neste modelo, consumidores menores poderão firmar compras mais curtas, de cerca de três anos.

Esse tipo de fornecimento de energia é vinculado ao arrendamento de um terreno que fica na mesma área de concessão dos clientes.

“A demanda muda de acordo com as tarifas das diferentes distribuidoras. Em Minas Gerais, o preço da conta de luz faz com que a busca seja alta”, diz Leonardo Serpa, diretor de soluções da Engie.

O custo de instalação dos painéis tem caído, mas os equipamentos flutuam com o dólar, segundo ele.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Paula Soprana

 

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