NBA se aproxima da TV aberta e pode ter jogos exibidos na Band

Estudo feito pela NBA mostra que só 1% do público do principal campeonato de basquete do mundo acompanhou os jogos nos ginásios. Fazer com que parte dos outros 99% se mantenha fiel à modalidade é a principal missão do escritório da liga americana no Brasil.

Há quase um ano no comando das atividades da NBA no país, o executivo Rodrigo Vicentini viu o interesse e a exposição do basquete americano crescerem significativamente nesta temporada em comparação com a anterior.

A ESPN, que junto com o SporTV transmite os jogos na TV fechada, registrou aumento de 37% na sua audiência durante os confrontos até abril.

A estimativa é que cerca de 340 partidas (são mais de 1.300 no total) sejam exibidas ao vivo por essas duas emissoras até as finais, a partir do fim de maio —contra cerca de 300 na última temporada.

Esse número era bem menor até 2015, quando o SporTV também passou a transmitir o torneio. A ESPN tem os direitos desde os anos 1990.

Outro objetivo do escritório é voltar a conquistar espaço na TV aberta. No último domingo (5), o programa NBA Freestyle, inicialmente produzido pela equipe da liga no Brasil para as redes sociais, estreou na Band.

A Globo também exibe conteúdo sobre a competição em seu noticiário.

Vicentini afirma que, diante dos números de crescimento de audiência, voltar a ter partidas transmitidas ao vivo pelos canais abertos é algo factível. Isso não acontece desde o início do século, depois de anos em que a Band se notabilizou pelas exibições.

“Não acho um sonho tão distante da realidade. Há muito tempo temos conversas frequentes com emissoras locais para entender questões de anunciantes e horários. Não consigo fincar uma data [para começar]. Temos interesse, e os parceiros de mídia têm interesse. É muito mais saber o momento certo de virar a chave”, diz Vicentini em entrevista à Folha.

Segundo José Emílio Ambrósio, diretor de esportes e operações da Band, a emissora deseja transmitir as finais de conferência a partir desta temporada. Os confrontos que definem os campeões do leste —que já tem o Milwaukee Bucks classificado— e do oeste começam já na próxima semana. As finais da liga são exclusivas da ESPN.

“Temos o maior interesse em transmitir os jogos. Estamos projetando uma adequação da grade para ver as possibilidades. Caso consigamos alinhar a grade, a previsão é nos playoffs. Com o NBA Freestyle e as finais, eu diria que estou satisfeito”, afirmou Ambrósio por email.

Segundo Vicentini, o Brasil é o segundo maior mercado estrangeiro para a NBA, atrás apenas da China. O escritório da liga no país existe há sete anos. Nesta semana, foi aberta a quinta loja física da marca, em Ribeirão Preto (SP).

Outra forma de aumentar a presença para o público brasileiro foi exibir no League Pass (serviço de streaming que mostra todos os jogos) pelo menos um jogo por semana em português.

As ações de expansão nos negócios contrastam com o desempenho dos brasileiros em quadra. Nos últimos anos, houve queda numérica e de relevância dos representantes do país no basquete dos EUA.

Em 2016, o Brasil chegou a emplacar nove atletas simultaneamente. Neste ano, quatro encerraram a temporada com contrato ou ainda estão em ação nos playoffs: Nenê (Houston Rockets), Raulzinho (Utah Jazz), Cristiano Felício (Chicago Bulls) e Bruno Caboclo (Memphis Grizzlies).

Vicentini diz que é importante ter representantes do país na liga e exalta as 17 temporadas disputadas por Nenê, algo raro até para americanos.

Por outro lado, minimiza a ausência de brasileiros que hoje tenham papel decisivo em suas equipes. “A NBA se posiciona muito como liga. O jogador faz parte do ecossistema, é um componente importante, mas a liga se reinventa a cada temporada e tem muitos jogadores em ascensão”, afirma o executivo.

Para ele, vários públicos  da NBA convivem no Brasil: do admirador saudoso de Michael Jordan aos novos fãs de franquias dominantes como o Golden State Warriors, passando até por quem não sabe quase nada sobre basquete.

“Brasileiros consomem a NBA de algumas maneiras. Muita gente não consome necessariamente uma franquia, são fãs da liga como um todo. Tem um fanático que sabe tudo o que acontece com o Chicago Bulls, mas vai ter alguém num festival de música com uma blusa do Lakers que não tem ideia de quem joga lá, mas consome pelo lifestyle”, diz.

Perto da definição dos finalistas de conferência, a NBA se aproxima do ápice da temporada 2018/19. A série das finais, em melhor de sete jogos, começa no dia 30 de maio.

Se o basquete não tem um dia específico em que pare os Estados Unidos, a exemplo do que ocorre no Super Bowl (decisão do futebol americano), as finais da NBA geram no mínimo quatro datas de máxima mobilização dos fãs.

No ano passado, a audiência de cada uma das noites da decisão do basquete americano se aproximou da registrada pelo Super Bowl no Brasil, onde os dois eventos foram transmitidos pela ESPN.

NBA monta ‘parque de diversões’ em SP

Durante as finais da liga, a partir de 30 de maio, será montada em São Paulo a NBA House. O espaço com 3 mil m² no estacionamento do Shopping Eldorado (Avenida Rebouças, 3.970) abrirá no dia 30 de maio e funcionará até 16 de junho, com eventos aos finais de semana e exibição dos jogos da decisão da liga.
“A ideia ali é montar um grande parque de diversões para consumir a NBA. Servirá para abraçar os fãs e como primeiro passo para quem não conhece se identificar com a marca”, afirma Rodrigo Vicentini.
Os ingressos variam de R$ 25 (para os eventos) a R$ 75 (noite de jogos) e podem ser comprados no site eventim.com.br/nbahouse.

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