Muçulmanas são eleitas para Congresso dos EUA pela primeira vez

Dois estados americanos elegeram nas eleições de meio de mandato de terça-feira (6) as primeiras mulheres muçulmanas representantes do Congresso dos Estados Unidos, uma ex-refugiada que fugiu da guerra da Somália e uma palestina-americana nascida em Detroit.

Ilhan Omar e Rashida Tlaib, ambas democratas, foram eleitas em Minnesota e Michigan, respectivamente, em uma disputa na qual membros de várias minorias venceram pela primeira vez.  

Naturalizada americana, a ex-refugiada somali Omar, 36, vai suceder o representante Keith Ellison, que em 2006 se tornou o primeiro muçulmano eleito para o Congresso dos EUA e está deixando o cargo para concorrer para procurador-geral do estado.

Omar, que será a primeira integrante do Congresso a usar um hijab (lenço) muçulmano, concorreu em um distrito tradicionalmente democrata com plataformas típicas da ala mais liberal do partido: sistema universal de saúde, ensino superior gratuito e apoio a políticas de moradia pública.

"Eu não esperava vir para os Estados Unidos e ir a uma escola na qual as crianças sofriam tanto com a falta de comida quanto eu no campo de refugiados”, disse Omar, que passou quatro anos de sua infância em um campo de refugiados no Quênia, em uma entrevista no mês passado.

Em 2016, ela havia sido eleita para casa dos representantes de Minnesota.

"Conseguimos, juntos. Obrigada!", postou, em seu Twitter, após a vitória, e também parabenizou Tlaib: "Parabéns à minha irmã Rashida Tlaib por sua vitória. Mal posso esperar para compartilhar a bancada com você".

De pais palestinos, Tlaib, 42, também tem uma história de romper barreiras. Em 2008, ela se tornou a primeira muçulmana eleita para a legislatura estadual do Michigan.

Mais velha de 14 irmãos, ela é filha de imigrantes palestinos e foi criada em Detroit, onde seu pai trabalhava em uma empresa automobilística.

Tlaib concorreu em um distrito tradicionalmente democrata com uma plataforma que incluía saúde universal e reforma migratória.

Ela vinculou sua campanha ao ativismo político que cresceu nos EUA após a vitória de Trump em 2016. "Hoje, mulheres ao redor do país concorrem na eleição. Sim, nós marchamos do lado de fora do Capitólio, mas agora queremos marchar para dentro do Capitólio”, escreveu no Twitter na terça-feira da disputa, referindo-se à manifestação de mulheres em Washington e em outras cidades após a posse do presidente. “Estamos chegando!”.

Source link

« Previous article MDB como 'partido da governabilidade' acabou, afirma Jucá
Next article » Escola particular terá só a via judicial para escapar da Escola sem Partido