Morre líder socialista espanhol responsável pelo fim do ETA

Morreu nesta sexta-feira (10) o ex-ministro espanhol Alfredo Perez Rubalcaba, aos 67 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral. Durante seu mandato como ministro do Interior, entre 2006 e 2011, Rubalcaba comandou diversas operações policiais que contribuíram para o desmantelamento da milícia separatista basca ETA. 

O político havia sido internado na quarta-feira (8) no Hospital Universitário Puerta de Hierro Majadahonda, que relatou estado de "extrema gravidade".

Ao saber da internação, o premiê espanhol, Pedro Sánchez, deixou subitamente uma cúpula europeia na Romênia e suspendeu as ações de sua campanha eleitoral na sexta-feira.

"Estadista e socialista comprometido, uma vida inteira dedicada a servir seu país, assinou o fim do ETA e grandes avanços sociais. Obrigada, Alfredo", escreveu em uma rede social Sánchez, que chegou ao hospital minutos depois da morte.

 "Uma das personalidades mais importantes da história recente da Espanha e, como tal, merece ser homenageada e reconhecida", disse Mariano Rajoy, ex-adversário político de Rubalcaba.

Nascido na cidade espanhola de Cantábria, em 1951, na cidade de Medio Cudeyo, foi professor de química na Universidade Complutense de Madrid. Em 20 anos de carreira política, ocupou cargos de deputado, ministro, vice-presidente e porta-voz do governo.

Também foi um dos principais articuladores da abdicação do rei Juan Carlos em favor do filho Felipe 6º, no ano de 2014. Filiado ao Partido Socialista Operário Espanhol, o PSOE, chegou a liderar a sigla por cinco anos.

“A coisa mais importante que fiz foi o fim do ETA", reconheceu o político em entrevista para o jornal El Mundo em 2017.

Rubalcaba desembarcou no Ministério do Interior em abril de 2006, pouco mais de um mês após o ETA ter declarado um cessar-fogo para iniciar negociações com o governo espanhol. Durante meses, o ministro mediou conversas à distância com os líderes da milícia, enquanto a mantinha em cerco policial para evitar que se rearmasse.

No mesmo ano, o ETA provocou um atentado no aeroporto de Madri e encerrou a trégua declarada. A partir de então, a polícia executou uma série de ataques contra a organização, que, enfraquecida pelo cerco de Rubalcaba, acabaria anunciando em 2011 o fim de suas atividades.

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