Moçambique registra 271 casos de cólera após ciclone e inundações

O número de casos confirmados de cólera na cidade de Beira, em Moçambique, subiu para 271, informou o governo do país neste sábado (30).

O governo e agentes de saúde tentam conter o avanço da doença depois que o ciclone Idai atingiu a cidade de Beira em 14 de março e depois seguiu para o interior do continente africano. Os fortes ventos, chuvas e inundações deixaram 746 mortos em Moçambique, Zimbábue e Maláui. Dessas vítimas, 501 são de Moçambique. 

Na abertura de um centro de tratamento temporário em Beira, o ministro do Ambiente, Celso Correia, disse que há registros de 271 casos de cólera, sendo que 138 deles foram atendidos nos últimos dois dias.

"Não temos nenhuma morte registrada em nossos hospitais", disse Correia. Na sexta (29), ele disse que ao menos duas pessoas haviam morrido fora de hospitais, com sintomas que incluíam desidratação e diarreia.

De acordo com a ONU, cerca de 1,85 milhão de pessoas foram afetadas nas últimas semanas. A força dos ventos e das inundações destruiu casas, plantações e estradas. Com isso, falta água potável, comida, remédios e abrigo. Muitas pessoas ficaram isoladas por dias sem ter o que comer nem onde se proteger das chuvas. Muitas áreas em Moçambique e Zimbábue que foram duramente atingidas pelas tempestades ainda estão sem acesso por estradas.

Moçambique teve epidemias de cólera em diversas ocasiões nos últimos cinco anos. Cerca de 2.000 pessoas foram infectadas na última epidemia, que terminou em fevereiro de 2018, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Na sexta-feira (29), o governo brasileiro anunciou o envio de agentes da Força Nacional para Moçambique, para apoiar as ações humanitárias no país. Um grupo de 20 bombeiros que atuaram na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, também irá ajudar e embarcaram rumo à África na noite de sexta-feira (29). 

COMO AJUDAR

A Central de Apoio, criada por entidades de Moçambique, aceita doações via transferência internacional e presencialmente, em alguns endereços do país, além de fornecer ajuda para encontrar pessoas desaparecidas na tragédia. Mais informações neste site. 

A Junta de Missões Mundiais, ligada à Convenção Batista Brasileira, que conta com uma equipe atuando na região, aceita doações em dinheiro, em reais, pelo seu site. 

O Unicef, agência da ONU para a infância, ajuda algumas das 600 mil crianças desabrigadas pela passagem do ciclone. Informações neste site.

A organização Médicos sem Fronteiras, que cuida da saúde da população em situações de crise humanitária, recebe doações para situações emergenciais como essa. Informações neste site.

A entidade internacional ActionAid leva suprimentos para os sobreviventes do desastre. Informações sobre como doar neste ​site.

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