Milhares marcham em Londres por novo referendo do brexit

Centenas de milhares de opositores à saída do Reino Unido da União Europeia marcharam na manhã deste sábado (23) pelo centro de Londres para exigir um novo referendo.

Não há estimativa oficial de participantes, mas organizadores apontam que este deve ser, provavelmente, o maior protesto contra o brexit já realizado.

O ato acontece ante a ameaça de queda da primeira-ministra Theresa May, devido ao aprofundamento da crise em torno do brexit. Manifestantes ostentavam cartazes em que se liam frases como “o melhor acordo é nenhum brexit” e “demandamos uma votação popular”.

Após três anos de um árduo debate, ainda é incerto como, quando e até mesmo se o brexit ocorrerá.

Ao mesmo tempo, May tenta costurar um plano de saída para a pior crise política em ao menos uma geração. Ela indicou nesta sexta-feira (22) que pode não levar seu acordo de divórcio com a UE, já derrotado duas vezes, para uma nova votação no parlamento, deixando aberta uma crise.

Na quinta-feira (21), a UE concordou em adiar ao menos até 12 de abril o Dia D do brexit, dando a May mais duas semanas para resolver o imbróglio da aprovação do “acordo de divórcio” pelos deputados.

“Eu me sentiria diferente se esse fosse um processo bem administrado e se o governo estivesse tomando decisões sensatas. Mas é um completo caos”, disse à Reuters Gareth Rae, de 59 anos, que viajou desde Bristol para ir ao protesto.

“O país vai ficar dividido não importa o que aconteça, e é pior ficar dividido em torno de uma mentira”.

Enquanto o país e seus políticos se dividem sobre o brexit, a maioria concorda que se trata da decisão estratégica mais importante já enfrentada pelo Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

No plebiscito de junho de 2016 que disparou o processo de separação, 52% dos eleitores votaram “leave” (sair), contra 48% de “remain” (permanecer).  

Manifestantes pró-Europa também se juntaram neste sábado (23), em torno do Marble Arch, no Hyde Park, para uma marcha em prol de um novo referendo. De lá, seguiram para o gabinete da primeira-ministra, em Downing Street, encerrando a caminhada em frente ao parlamento.

Os responsáveis disseram estar confiantes de que o número de manifestantes superará o de uma manifestação semelhante ocorrida em outubro, quando cerca de 700 mil pessoas compareceram, segundo os organizadores.

 

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