Meirelles se descola de Temer, mas carrega peso do continuísmo

Dirigentes do MDB passaram quatro horas fazendo contorcionismo para emplacar a mensagem de que Henrique Meirelles não é Michel Temer. Em um discurso de poucos minutos na convenção desta quinta-feira (2), o presidente quebrou o encanto: "O Meirelles tem o projeto de levar adiante as grandes reformas nacionais, porque em dois anos não deu".

Largando com 1% das intenções de voto, Meirelles tenta equilibrar o peso da imagem de seu ex-chefe e a marca do continuísmo de um governo impopular.

Mesmo que tenha êxito ao se descolar de Temer, será mais difícil desatar o nó que conecta suas propostas de campanha às plataformas aplicadas pelo presidente nos últimos anos.

Eleições costumam ser classificadas como movimentos de mudança ou de continuidade. A rejeição a Temer e à política de maneira geral sugere que o eleitor não está disposto a seguir o caminho atual.

A principal tarefa do ex-ministro é demonstrar que tem vida própria. Os vídeos exibidos na convenção do MDB buscavam transmitir o recado de que "quando o cara é bom, todo mundo quer" —a fim de reforçar a memória de sua participação no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra peça mostrava trechos de reportagens em que adversários políticos elogiavam sua atuação como ministro da Fazenda ou chefe do Banco Central. Havia declarações de Lula, Temer, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Álvaro Dias (Podemos).

Os vínculos latentes entre Meirelles e Temer são considerados um problema até por defensores do presidente, que se esforçam para limitar sua participação em atos de campanha, sem melindrá-lo.

Na convenção, a Presidência da República chegou a avisar que Temer daria uma entrevista ao fim do evento. Foi convencido por aliados de que seria melhor deixar o protagonismo para Meirelles.

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