Marun se diz vítima de 'conspiração asquerosa' e quer aprovar lei de abuso de poder

O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) se disse vítima de uma "conspiração asquerosa" por ser suspeito de envolvimento com organização criminosa que atuou para fraudar registros sindicais no Ministério do Trabalho.

A declaração dele se dá depois de a Polícia Federal ter pedido autorização para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços do ministro e de sua chefe de gabinete. Apesar da suspeita, a solicitação não foi corroborada pelo Ministério Público Federal e, portanto, não teve autorização da Justiça.

Irritado, o ministro convocou entrevista e negou que as suspeitas contra ele tenham fundamento. Ele se diz alvo de retaliação por ter feito críticas a órgãos de investigação.

"Fui alertado e também sabia que poderia ser alvo de retaliações, só não sabia que viria de forma tão covarde e pusilânime."

A PF cumpriu na manhã desta quinta-feira (5) mandados referentes à Operação Registro Espúrio, que apura irregularidades no Ministério do Trabalho. As medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), entre elas, o afastamento do ministro Helton Yomura do comando da pasta.

Marun cobrou do Congresso a aprovação do projeto de lei que trata do abuso de autoridade. Ele disse ainda que apresentará na próxima segunda-feira (9) requerimentos nas corregedorias da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para apurar o vazamento de informações sobre o caso.

"Vou apresentar uma queixa-crime em relação a este vazamento direcionado, seletivo, canalha, vagabundo que só tem esse objetivo: que eu passe pelo constrangimento que estou passando", afirmou.

O ministro negou que tenha qualquer envolvimento com o caso que está sendo apurado no Ministério do Trabalho. Ele diz que houve apenas conversas entre seus assessores e representantes da pasta, o que ele classificou como "atos de rotina".

"Desde que assumi a Secretaria de Governo eu nunca pus os pés no Ministério do Trabalho. Nunca conversei com nenhum servidor", afirmou. De acordo com ele, foi enviado um assessor para conversar com servidores do Trabalho a pedido de sindicalistas de seu estado, Mato Grosso do Sul. 

"Recebi sindicalistas de Mato Grosso do Sul que tinham várias demandas em relação à sua atividade sindical. O que fiz? Solicitei a uma assessora que acompanhasse esses sindicalistas no Ministério de Trabalho. Coisa de rotina que faço diariamente em relação a várias questões", completou.

Marun disse ainda ter conversado na tarde desta quinta com o deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara. O partido foi o responsável pela indicação de Yomura para o Trabalho. 

De acordo com o ministro, o presidente Michel Temer está em reuniões e o futuro do comando da pasta pode ser definido ainda nesta quinta. Depois de ter sido afastado, Yomura pediu demissão do cargo no início da noite. 

"O presidente está avaliando. É uma situação que nos entristece, obviamente. O governo deve apresentar sua posição oficial sobre assunto talvez ainda hoje."

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