Jornalista filipina premiada é presa pela segunda vez neste ano

Maria Ressa, diretora do site de notícias Rappler, conhecido por reportagens que investigam o governo do presidente Rodrigo Duterte, das Filipinas, foi presa nesta sexta-feira (29, quinta à noite em Brasília) quando desembarcou no aeroporto de Manila. 

Ela é acusada de violar uma lei determina que apenas nacionais de seu país podem ser proprietários de empresas de mídia.

"Estou sendo tratada como uma criminosa sendo que o meu único crime é ser uma jornalista independente", disse ela.

Segundo investigações das autoridades filipinas, a empresa indonésia Omidyar Network investiu no site de notícias, no qual Ressa também é CEO, o que configuraria uma violação das normas que reservam a atividade a cidadãos e empresas filipinos.

Segundo o Rappler, o investidor não tem poderes para interferir nas operações da companhia. 

Em uma rede social, Ressa postou vídeos do momento em que foi presa e afirmou que pagará a fiança de US$ $1.716 (cerca de R$ 6.700). 

Segundo a jornalista, esta foi a sétima vez que ela pagou fiança para ser libertada no último ano.

A ONG Human Rights Watch afirmou que se tratava de um caso inédito.

"O episódio mostra claramente a determinação da gestão Duterte de fechar o site[Rappler] por causa de suas reportagens consistentes sobre o governo, especialmente sobre a 'guerra às drogas' e a execução extrajudicial de civis e suspeitos de tráfico", afirmou a entidade em um comunicado. 

O presidente Duterte não esconde sua irritação com o site e frequentemente confronta seus repórteres, que são conhecidos com escrutinar suas decisões e nomeações, além de questionar a veracidade de suas declarações polêmicas. 

Em 13 de fevereiro deste ano, policiais compareceram ao estúdio de televisão onde Ressa participava de uma transmissão ao vivo para cumprir um mandato de prisão contra ela. 

Depois de passar um dia na prisão, Ressa pagou fiança no valor de US$ 1.900 (cerca de R$ 7.400) e foi liberada.

A jornalista, editora-executiva do Rappler, foi acusada de "difamação virtual" por um artigo de 2012, atualizado em 2014, que relacionou um empresário a assassinatos e tráfico de pessoas e de drogas, com base em informações contidas em um relatório de inteligência de uma agência não identificada. Ela está sujeita a uma pena de 12 anos de prisão.

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