Item de luxo fica mais barato no Brasil com alta do dólar

Além do pagamento parcelado, vendedores de marcas estrangeiras de luxo no Brasil ganharam neste ano mais um argumento para negociar com clientes: a desvalorização do real.

Alguns consumidores deixavam para comprar certos produtos durante viagens ao exterior, mas a atitude nem sempre compensa, segundo Flavia Bittencourt, à frente da varejista de produtos de beleza Sephora no Brasil.

“Nossos preços estão inalterados desde junho. Quando importamos o estoque atual, o dólar estava mais baixo, então não há motivo para subir os valores”, afirma.

“Até em razão da crise, o consumidor não tem aceitado reajustes. Isso faz com que as lojas mantenham a mesma base da importação”, diz Edmundo Lima, da Abvtex, de redes de vestuário.

É impossível alinhar diariamente os preços à oscilação do câmbio, principalmente para as marcas que estão em vários países, segundo Axel Cretinón, diretor da relojoaria Baume & Mercier.

“Ao comparar o mesmo produto do Brasil e dos Estados Unidos hoje, o item costuma ser 15% mais caro [para um brasileiro] no mercado americano”, diz ele.

“O oposto também ocorre, se o real tem uma apreciação repentina, os valores não caem imediatamente.”

Há uma série de fatores que encarecem a compra no exterior, segundo Marco Megiani, diretor-geral do Grupo Dorben, responsável por grifes como Michael Kors, Jimmy Choo e Tory Burch no país.

“Muitas pessoas não se lembram que o câmbio utilizado é o dólar turismo; que o preço de etiqueta nos Estados Unidos não inclui imposto; e que sobre a compra incide IOF [Imposto sobre Operações Financeiras].”

 

Novo desembarque

O Grupo Calzedonia, dono da rede de moda íntima Intimissimi, vai trazer ao Brasil a marca de meias, calças e moda praia que dá nome à companhia.

A meta é abrir ao menos duas lojas próprias da grife no país em 2019. Os produtos, que são importados, já estão disponíveis via ecommerce.

“No início trabalharemos com pontos próprios. Ainda não temos locais definidos, mas serão lojas em shoppings. Uma em São Paulo e outra em Curitiba ou Florianópolis”, diz o CEO do grupo no Brasil, Álvaro Gutierrez.

A projeção da empresa é que o tíquete médio da Calzedonia seja 30% menor que o da  Intimissimi, atualmente de R$ 270. A companhia deverá abrir 15 franquias da marca de lingerie no próximo ano.

61
são as unidades da Intimissimi no Brasil

 

Comércio paulista

O faturamento do varejo paulista cresceu 2,7% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo a FecomercioSP (federação do comércio). 

A receita com vendas chegou a R$ 54,4 bilhões, melhor valor para o período desde 2013. No acumulado deste ano, a alta é de 5,2%.

Os segmentos de eletroeletrônicos, combustíveis e móveis tiveram os melhores resultados no mês.

“A inflação e juros baixos têm dado algum fôlego ao setor, mas o indicador tem tido queda no ritmo de crescimento”, diz Altamiro Carvalho, economista da entidade.

A projeção da federação é que a receita siga em ascensão nos próximos meses, mas em ritmo mais lento. 
Novas altas do dólar podem pressionar a inflação e impactar nos resultados. 

A projeção da entidade é que o faturamento do setor cresça 4% em 2018, valor similar ao registrado no ano passado. “Temos uma evolução contínua, mas paulatina, das vendas.”

 

Aos candidatos
Antonio  Megale, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)

Mais investimentos em infraestrutura é uma das demandas da indústria automobilística aos presidenciáveis.

“Dentro das fábricas, temos produtividade comparável a de outros países. Mas nossos custos logísticos podem ser quatro vezes maiores”, diz Antonio Megale, presidente da Anfavea (associação do setor).

Os fabricantes defendem o desenvolvimento de outros modais, como o fluvial e o ferroviário. “Mas o transporte rodoviário é o único que tem capilaridade para finalizar a distribuição”, afirma ele.

A simplificação tributária também é defendida. “Não faz sentido eu ter dez vezes mais funcionários responsáveis por impostos no Brasil do que na matriz”. 

Propostas da indústria automobilística aos presidenciáveis

- Continuidade do programa Rota 2030
- Maior segurança jurídica em questões tributárias

Faturamento
R$ 181,47 bilhões*

Empregos diretos*
1,3 milhão

Exportações
US$ 17,9 bilhões

Participação no PIB**
4%

*Dados de 2016
**Dados de 2015

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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