Haddad diz que vai retomar política de preços da Petrobras na era Lula

O candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad, criticou a política de preços da Petrobras. Em entrevista nesta terça-feira (18) a Rádio CBN, ele se disse contra a estratégia adotada durante o governo Dilma Rousseff de segurar reajustes nos combustíveis para controlar a inflação, mas afirmou que o maior erro foi cometido por Michel Temer.

 

“Não pode usar a política da empresa para manipular preços para combater inflação, mas não pode deixar de reconhecer o poder de monopólio da Petrobras”, afirmou.

Haddad se disse absolutamente contra segurar reajustes para controlar a inflação, como fez Dilma, e que Temer errou ao atrelar o preço doméstico à cotação internacional dos produtos da Petrobras. O candidato também falou que discorda da forma como a política do diesel é feita atualmente.

Reportagem da Folha desta terça mostrou que o aumento no preço do combustível de avião, que superou R$ 3,30 por litro, maior valor desde 2002, deve afetar o preço das passagens aéreas. Assim como o diesel dos caminhões, o valor do querosene também é influenciado pela valorização do dólar e a alta nas cotações internacionais.  

O presidenciável disse que seguirá a política adotada de 2003 a 2012, nos governos Lula e em parte do de Dilma, que considerava o ambiente externo e os custos domésticos de produção. “Tivemos uma política de preços que sim levava em consideração a rentabilidade da empresa e os custos e não só o valor em dólar do que ela produz”, disse.

O petista, porém, negou que Dilma tenha alterado a política de preços da Petrobras para recuperar o valor de mercado da empresa, afetada por denúncias de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato.

Haddad voltou a afirmar que foi a ex-presidente que afastou os diretores da empresa um ano antes das denúncias feitas pela operação, citando os nomes de Paulo Roberto Costa e Renato Duque. O candidato foi então contestado pelo apresentador, que disse que Duque pediu exoneração e recebeu um agradecimento pelos serviços prestados.

O ex-prefeito de São Paulo também negou que seja contra a Lava Jato, mas disse acusou os investigadores de agirem de forma seletiva até 2016.

“Até 2016 ela foi seletiva, mas graças à pressão que foi feita se liberou as informações sobre os outros partidos”, disse.

O candidato entrou num embate com o apresentador quando disse que a lista do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot não tinha sido noticiada devidamente pela imprensa. “O foco até então era um só e com fins eleitorais”, disse Haddad, pontuando que aquela era a opinião dele e começou a falar da diferença de tratamento dada aos tucanos pelos investigadores.

“O PSDB foi muito protegido. Muito protegido. Essa é a minha opinião. Você tem todo o direito de discordar, mas eu tenho todo direito de me afirmar aqui e dizer: eu acho que o PSDB só muito tardiamente passou a responder pelo que fez. E acho que aqui em São Paulo não responde até hoje. O que acontece no metrô, na Dersa, [o PSDB] não responde até hoje como deveria”, declarou.

Haddad disse que não acredita no conteúdo das delações que envolvem o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que indicam favorecimento de empresas em empréstimos do BNDES em troca de propina.

“Essa fantasia que estão criando de achar que um ministro pode ligar para o BNDES e sacar milhões sem passar por nenhum comitê de crédito é não conhecer o funcionamento da máquina pública. É desconhecer totalmente o mecanismo de financiamento. Falam o que querem, mas depois tem que provar o que falaram”, afirmou.

O presidenciável prometeu uma reforma bancária, para fazer com que empresas possam buscar empréstimos com outros bancos. 

CARTELIZAÇÃO DA MÍDIA

Haddad disse que governos petistas não fizeram a mudança no setor bancário porque nem sempre é fácil mexer num vespeiro, prometendo então também mexer na concentração de propriedade dos meios de comunicação.

Ele fez referência a uma ação movida por jornais contra sites de agências internacionais em operação no Brasil, defendendo a permanência desses canais.

“Nós não vamos permitir a cartelização dos meios de comunicação”, disse.

Questionado se fará alguma regulação dos grupos digitais, o candidato se limitou a dizer que vai estudar a questão e que é preciso manter a neutralidade da rede colocada pelo marco civil da internet.

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