Guaidó convoca protestos na Venezuela para segunda e terça-feira de Carnaval

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, anunciou na noite de sábado que voltará à Venezuela a partir do Equador, e que convocará protestos em seu país na próxima semana.

"Anuncio minha volta para a casa a partir do Equador, país irmão que hoje reinicia relações produtivas por nossos povos",  disse Guaidó à imprensa na cidade costeira de Salinas (sudoeste), junto com o presidente do Equador, Lenín Moreno, como parte de uma turnê pela América do Sul para buscar apoio.

Guaidó planeja deixar o Equador no domingo (3) por volta das 09h30 (11h30 no horário de Brasília), segundo uma agenda oficial divulgada à mídia. Ele disse no início desta semana que até segunda (5) voltaria à Venezuela, onde poderá ser preso ao retornar por ter desrespeitado uma ordem judicial que o proibiai de deixar o país. 

"Volto à Venezuela na segunda-feira e terça-feira, embora também seja carnaval na Venezuela. Hoje temos pouco a comemorar e muito a fazer. Vamos chamar protestos na Venezuela nos dias de hoje. Convocaremos protestos nesses dias na Venezuela", acrescentou.

Guaidó chegou na tarde de sábado ao Equador para se reunir com Moreno, que expressou seu apoio a uma "profunda transformação" na Venezuela.

"Você é o líder desta cruzada de profunda transformação que precisa o povo venezuelano", disse Moreno.

Depois de visitar também a Colômbia, Brasil, Paraguai e Argentina, Guaidó disse que "pronunciamentos dos presidentes reconhecendo a luta dos venezuelanos são muito importantes" para a Venezuela.

Guaidó, que também é presidente do Parlamento venezuelano, de maioria opositora, viajou para Salinas acompanhado por sua esposa, Fabiana Rosales e pelo embaixador nomeado para Quito, René De Sola. Durante sua visita a essa cidade na província de Santa Elena, ele andou com Moreno ao longo do calçadão, onde tirou fotos com algumas pessoas que acompanhavam a caminhada.

O presidente equatoriano disse confiar que chegarão "dias melhores" para a Venezuela, de onde eles saíram 2,7 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU.

"Estamos dispostos a sermos aqueles que ajudaram a liberdade a finalmente voltar para a Venezuela", disse Moreno, cujo país é um dos principais destinos dos imigrantes venezuelanos. O governo do Equador estima que 250 mil venezuelanos vivam no país, 100 mil deles com visto.

"Esse estado falido, completamente falido, não deve ir mais longe", disse Moreno, referindo-se ao governo do ditador Nicolás Maduro. "Estamos no caminho para sair deste abismo que ele nos colocou, esse mal chamado socialismo do século 21", disse ele.

 

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