Guaidó convoca passeatas até quartéis da Venezuela no sábado

O líder opositor Juan Guaidó convocou passeatas para o sábado (4), cujo plano é ir até os principais quartéis da Venezuela, em um novo desafio ao ditador Nicolás Maduro após a rebelião militar frustrada de terça-feira (30)

Guaidó, reconhecido como presidente interino por quase 50 países, afirmou na quinta-feira (2) à noite em uma rede social que o sábado será uma "mobilização nacional de paz" para pedir que as Forças Armadas "se unam à Constituição" e deixem de apoiar Maduro.

O líder opositor voltou a falar em greves escalonadas, mas ainda de forma genérica. "Convoco a todos os setores do país a realizar pronunciamentos exigindo o fim da usurpação (...) e, organizar e realizar um dia de paralisação ou protesto setorial durante a próxima semana", publicou no Twitter.

Guaidó disse que esta sexta-feira (3) será um dia de "assembleias em todo o país para difundir estas linhas e convocar as próximas manifestações". 

O domingo (5), será dedicado a orações "pelos mártires e pela liberdade".

Também para sábado (4) e domingo (5), o ditador Nicolás Maduro convocou "uma grande jornada de diálogo, ação e propostas. O Congresso Bolivariano dos Povos, o PSUV (partido de Maduro) e todos os níveis de governo vão elaborar um plano de mudança e retificação da Revolução", publicou em uma rede social.

A convocação foi anunciada depois de Guaidó ter liderado na terça-feira, ao lado do opositor Leopoldo López, a rebelião de um pequeno grupo de militares na base aérea de La Carlota, em Caracas, denunciada por Maduro como uma tentativa de "golpe de Estado".

Armados e com veículos blindados, os militares se posicionaram diante de uma base aérea de Caracas com López e Guaidó, que pediu o apoio das Forças Armadas à rebelião. 

No entanto, poucos militares atenderam ao apelo e Guaidó deixou o local. López, libertado por soldados de sua prisão domiciliar, buscou refúgio na residência do embaixador da Espanha.

Os protestos e confrontos desta semana deixaram ao menos quatro mortos. 

Guaidó, que perdeu a imunidade parlamentar por decisão da governista Assembleia Constituinte, se afastou de uma grande mobilização que havia convocado para o dia 1º de maio e na quinta-feira (2) não apareceu em público.

Na manhã de quinta-feira (2), como resposta às ações de Guaidó, o ditador Nicolás Maduro apareceu na televisão com o alto comando militar e 4.500 militares para anunciar uma ofensiva contra os "golpistas".

"Estamos em um combate, máxima moral (...) para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista", afirmou no Forte Tiuna, principal complexo militar do país.

O presidente socialista pediu aos militares que não hesitem no momento de desarmar conspirações opositoras e dos Estados Unidos.

As manifestações de apoio do comando militar a Maduro incluíram insultos ao líder opositor. "Não nos deixamos mandar por ninguém que não seja nossa linha de comando fundamental e muito menos por um idiota que se faz passar por presidente", afirmou o comandante estratégico operacional, almirante Remigio Ceballos, que chamou Guaidó de "vagabundo".

Maduro, acusado pela oposição de ter conseguido a reeleição de maneira fraudulenta, se aferra ao poder e tem o apoio da China e da Rússia. Durante seu governo, iniciado em 2013, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo entrou na pior crise socioeconômica de sua história moderna.

Washington advertiu que uma eventual detenção de Guaidó seria o "último erro da ditadura" e repetiu que "uma ação militar é possível" na Venezuela.

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