Futebol virou conteúdo

Cabral está preso, Pezão está preso, vida que segue, e a Odebrecht continua mandando no governo do Rio.

Na época da campanha, Wilson Witzel sugeriu uma nova licitação para o Maracanã. Agora o governador já aceita que a empreiteira continue administrando o estádio. Vai além: negocia um plano para destombar e demolir o complexo de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Júlio de Lamare, dando lugar a um grande shopping. Volta-se ao edital original, alterado em 2014 por um Sérgio Cabral pressionado por protestos.

A concessionária Maracanã S.A., que foi investigada pelo Ministério Público por fraudes no processo de licitação, trabalha hoje no azul. Não é para menos. No embalo de recentes contratações milionárias, a torcida do Flamengo tem levado 50 mil pessoas ao estádio até para assistir a jogos envolvendo times pequenos. Foi assim contra o Bangu: 4 a 0 no placar, com direito a gol de bicicleta de Diego. A rebordosa veio no dia seguinte: da renda de R$ 1.059.495,00, o clube ficou com apenas R$ 17,6 mil, equivalente a 1,7% de toda a bilheteria. 

Em sua explicação de custos, a concessionária culpou o clube por gastar demais. Mas o mais engraçado (ou trágico) foi saber que a Odebrecht se refere ao esporte praticado no Maracanã como “conteúdo futebol”. Desde 2007, quando expulsaram os torcedores mais pobres destruindo a geral do Maraca com a desculpa da realização do Pan-Americano, a ideia que funciona ali é uma só: rapinagem.

 

Torcidas organizadas do Flamengo fizeram uma homenagem no gramado do Maracanã aos dez garotos mortos na tragédia do Ninho do Urubu. A propósito: os dirigentes do clube até agora não conseguiram explicar por que os atletas estavam alojados num local sem prevenção a incêndio e liberado para ser um estacionamento.

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