Fifa diz que consulta ao VAR representa 1% de tempo parado em jogos da Copa
O uso do VAR (árbitro de vídeo) não tem causado impacto relevante na fluência dos jogos da Copa do Mundo.
De acordo com dados divulgados pela Fifa nesta sexta-feira (29) ao fim das 48 partidas da fase de grupos, apenas 38 segundos em média por jogo foram gastos para verificação de lances com o auxílio da tecnologia.
Isso representa apenas 1% dos 39 minutos e 50 segundos (4.190 segundos) em que a bola não está rolando.
Ainda de acordo com a Fifa, as partidas do Mundial da Rússia têm durado 96 minutos e 35 segundos, com um aumento no tempo de acréscimo em relação ao Brasil, quando foi de 5 minutos e 19 segundos, incluída a pausa para administração.
A maior paralisação tem se dado por causa de faltas: uma média de 8 minutos e 16 segundos.
"A grande questão é sobre quanto o VAR iria interferir no jogo e temos visto que não quebrou o ritmo de jogo com muitas intervenções. Tem seguido o fluxo normalmente. O tempo perdido não é grande", afirmou o ex-árbitro e atual presidente da Comissão de Arbitragem da Fifa, Pierluigi Collina.
A entidade também se diz satisfeita com o uso da tecnologia e afirmou que até o momento 335 lances e incidentes durante os jogos foram revisados na central localizada em Moscou. Nisso estão inclusos todos os 122 gols já anotados.
De todos os incidentes, 17 tiveram revisões do VAR, sendo 14 em lances interpretativos -com revisão no monitor- e três em lances factuais com a decisão sendo tomada sem o uso do aparato ao lado do gramado.
Segundo a Fifa, o índice de acerto com o uso do VAR é de 99,3%. Esta avaliação é feita pela Comissão de Arbitragem.
"Não há como alcançar a perfeição. Mas 99,3% correto fica muito perto disso", afirmou Collina.
"Até o momento estamos muito felizes com a atuação dos árbitros", disse o ex-árbitro Massimo Busacca diretor da Comissão de Arbitragem.
Entre os 335 incidentes revistos, mas que não entram na conta do uso efetivo do VAR, está o empurrão de Zuber sobre Miranda no gol que resultou no empate em 1 a 1 entre Suíça e Brasil na primeira rodada da Copa do Mundo.
Nesta sexta, pela primeira vez, a Fifa liberou o áudio da comunicação entre as pessoas na sala do VAR e o árbitro mexicano César Ramos.
Na comunicação é explicado ao árbitro em campo que não houve falta de Zuber e por isso a jogada não deveria ser revista.
O italiano Paolo Valeri era o VAR (árbitro de vídeo). Ele fala em "contato, muito, muito leve" e depois que não houve falta.
"No futebol, nem todo contato é falta. Um contato não significa falta. Talvez em outros esportes sim, mas não no futebol", disse Colina.
Ele explicou também o fato de só liberar agora o áudio e não logo após a partida, como a CBF desejou em carta enviada à Fifa.
"Nos pediram o áudio, mas durante a competição não é adequado discutir o incidentes. Por isso esperamos o fim dos 48 jogos e a pausa, quando tudo recomeça de novo", explicou.
"A resposta que damos agora é bem clara e justa com a CBF", concluiu.
O briefing de sexa-feira foi a primeira vez que a Fifa falou sobre o uso do VAR desde o início da Copa e também demonstrou o uso da tecnologia em outros lances.
Comitê Disciplinar pode atuar após o jogo revendo imagens
Apesar do uso do VAR e de todos os lances estarem sendo monitorados por 33 câmeras, o Comitê Disciplinar da Fifa pode investigar um atleta ou dar punição a atletas analisando imagens posteriormente.
Por exemplo, se um atleta xinga o árbitro e não é advertido na hora.
Até agora nenhum atleta foi punido assim.
Gesto pedindo replay não resulta em amarelo obrigatoriamente
Colina explicou também que os árbitros não são obrigados a dar cartão amarelo a jogadores que fizerem o gesto de um monitor pedindo que a jogada seja revista. Antes da Copa havia dito que tal reclamação não seria tolerada.
Ninguém ainda foi advertido por fazer o gesto.
"O critério para advertir alguém não é o gesto, e sim como ele é feito, de forma incisiva ou não. A recomendação é para que o juiz não gaste cartões de uma maneira que possa custar a um jogador uma suspensão. Acho que os juízes devem ser elogiados e não criticados por isso", disse Colina.