Ex-modelo portadora de ELA diz se emocionar com abordagem da doença em 'Malhação'

Rio de Janeiro

Paula Falluh, 34, não esconde a alegria e a gratidão que sente ao ver a atriz Pally Siqueira, 25, interpretar a jovem Amanda, em “Malhação - Vidas Brasileiras” (Globo). Na trama, a estudante é portadora de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), assim como Falluh, e vê sua vida se transformar aos poucos em decorrência da doença neurodegenerativa, que acarreta paralisia motora progressiva, irreversível, de maneira limitante. 

Pally conta ao F5 que buscou o máximo de informações que conseguiu sobre a doença quando soube que sua personagem seria portadora de ELA. E foi em uma de suas buscas pela internet que a atriz tomou conhecimento da história de Falluh, que já foi modelo e empresária e descobriu a esclerose aos 21 anos. 

“Encontrei um vídeo de uma participação da Paula no programa Bem Estar (Globo). A reportagem mostrava a história dela, que encarava tudo sempre de forma positiva, para cima. Entrei em contato com ela e falei sobre tudo. Paula sempre foi muito solícita e disposta a me ajudar o tempo inteiro.”

Ao F5, Falluh diz que costumava praticar vários esportes: fazia musculação, pedalava, corria, nadava. E foi durante a malhação que percebeu uma fraqueza nas mãos --seu primeiro sintoma de ELA. A princípio, foi diagnosticada com síndrome do túnel do carpo. Cerca de dois anos depois, após se consultar com vários médicos, teve o diagnóstico correto. 

“Pally não sabia muito sobre ELA e começamos a desenvolver a personagem juntas. Conversei com ela sobre o meu dia a dia, as fraquezas e dificuldades pelas quais passei. Meu ex-marido me deixou por causa da doença e minha ex-sogra não nos dava força, assim como aconteceu com a avó do Kavaco (Gabriel Contente).”

Quando conheceu o ex-marido, Falluh já era portadora de ELA, mas ainda não apresentava sequelas aparentes.

“Fui adoecendo, os anos foram se passando, e ele não deu conta. A mãe dele nunca apoiou a relação porque acho que ela queria proteger o filho. Ela achou que ele ia desperdiçar a vida, talvez. E um dia cheguei em casa e não tinha mais nada dele. Ele não teve coragem de terminar. Foi uma época bem difícil, fiquei deprimida. Mas ele não foi só um cara ruim. Também foi muito bom”, relembra.

Emocionada com o trabalho da atriz, Falluh conta que assiste “Malhação” todos os dias para acompanhar a história da personagem e celebra a visibilidade que a novela teen deu à doença. Ela também diz que seu intuito ao falar sobre a ELA é levar esperança e alegria às pessoas. Nada de baixo astral.

“Me ver na Amanda é algo muito bom. Divulgar esse tema para o público é importante porque pode incentivar novas pesquisas. A doença ainda não tem cura, então quanto maior for a divulgação de informações, mais nos ajuda. Inclusive no diagnóstico, porque muita gente ainda não sabe que tem a doença. Os médicos são muito leigos”, afirma.

O casal “Kamanda” (Kavaco e Amanda) é um dos queridinhos da atual temporada da novela teen. Os adolescentes superam as barreiras do relacionamento e fazem de tudo para permanecerem juntos. “É um amor genuíno, o primeiro amor. É uma história muito linda, delicada”, derrete-se a atriz. 

Solteira, ela afirma que assim como o casal de adolescentes, acredita que vale a pena fazer grandes sacrifícios por amor. “Para o amor, sempre vale a pena. Quando o coração da gente está em um lugar, acho que é lá que a gente tem que estar, independente de onde for.”

INTENSA

Pally Siqueira fez uma participação na Globo entre 2015 e 2016, na novela “Totalmente Demais”, em que interpretava a funkeira Bárbara. A estudante Amanda, de “Malhação - Vidas Brasileiras”, é seu primeiro papel de destaque na TV. 

A meta da atriz, atualmente, é fazer parte do elenco de uma novela das 23h. Ela revela o motivo: “Todas as pessoas que me conhecem dizem que sou muito intensa, que passo uma força e uma energia muito grandes. E eu concordo com isso. Tenho esse perfil.”
 

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