Ex-assessores de Trump reagem a livro de Bob Woodward sobre governo

Poucas horas após o lançamento de “Fear” (Medo, em inglês), novo livro de Bob Woodward sobre os bastidores da Casa Branca de Donald Trump, dois ex-assessores do presidente questionaram a publicação nesta terça (11).

Gary Cohn, ex-assessor econômico do republicano, afirmou ao site Axios que o livro “não relata de forma precisa minha experiência na Casa Branca”. “Eu tenho orgulho do serviço que prestei na administração de Trump, e eu continuo apoiando o presidente e sua agenda econômica.”

Ele não apontou, no entanto, quais os trechos que não condizem com a realidade.

Cohn seria protagonista de um dos episódios mais comentados sobre o livro: a retirada de documentos da mesa do presidente que poderia encerrar o acordo comercial entre Estados Unidos e Coreia do Sul.

“Eu roubei da sua mesa”, teria dito ao jornalista. “Eu não o deixaria ver isso. Ele nunca verá aquele documento. Tenho que proteger o país.”

Já o ex-secretário de gabinete da Casa Branca Rob Porter, que renunciou ao cargo após ser acusado de violência doméstica no início deste ano, afirmou também ao Axios que o livro é “seletivo e, com frequência, enganoso.”

Assim como Cohn, ele teria roubado ou escondido documentos de Trump, como Woodward relata na publicação.

“A sugestão de que materiais foram ‘roubados’ da mesa do presidente para que não fossem assinados gera uma má interpretação sobre como o processo de revisão de documentos na Casa Branca funciona —e funcionou ao menos nos últimos oito governos.”

Disse também que era sua responsabilidade “garantir que pontos de vista relevantes fossem considerados, que prós e contras fossem avaliados, que propostas de políticas fossem examinadas e que o presidente pudesse tomar decisões baseadas em informações completas.”

“Cumprir essa responsabilidade não torna alguém parte da ‘resistência’ ou significa que esteja buscando ‘frustrar’ a agenda do presidente”, disse. “Muito pelo contrário.”

Em resposta aos questionamentos, Woodward afirmou ao site que confia na sua apuração.

O livro foi lançado nesta terça (11) e já é best-seller na Amazon desde que os detalhes sobre a publicação começaram a ser revelados, há uma semana. A editora Simon & Schuster anunciou que serão impressas um milhão de cópias para atender à grande demanda pela obra.

O presidente Donald Trump, que vem atacando Bob Woodward em uma rede social, afirmou nesta segunda (10) que “o livro é uma fraude”. “Eu não falo do jeito que fui citado. Se falasse, eu não teria sido eleito presidente”, escreveu. “Essas citações foram inventadas.”

Com base em longas entrevistas com autoridades do governo e outras pessoas, o livro revela episódios perturbadores da presidência de Trump.

O presidente telefonou para Woodward no início de agosto, quando o manuscrito já estava terminado, para dizer que tinha interesse em falar com o jornalista. Ele alegou que os pedidos de entrevista não chegaram até ele. 

Após uma conversa de cerca de 11 minutos, revelada pelo Washington Post, Woodward garante que o livro “será preciso” e deseja “boa sorte” ao presidente.

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