Escritório compartilhado reúne 50 negócios sociais e ONGs em São Paulo

Um prédio de cinco andares no bairro de Pinheiros, em São Paulo, reuniu em seis meses 50 empresas que buscam gerar impacto social e ONGs para que trabalhem lado a lado.

Chamado Civi-co, o escritório compartilhado (ou coworking) segue exemplo de outros espaços que foram criados nos últimos anos para juntar novas empresas de um mesmo setor, em especial o de tecnologia.

Entre eles estão o Cubo (mantido pelo Itaú e pelo fundo Redpoint eVentures), o InovaBra (Bradesco) e o Campus (Google).

A principal diferença é que, para ser aceita no Civi-co, a organização passa por entrevistas nas quais é avaliado, além do plano de negócios, o potencial de gerar benefícios para a sociedade. No futuro, os usuários do espaço também vão avaliar os novos candidatos, diz Ricardo Podval, sócio do empreendimento.

O local foi aberto em novembro com oito empresas. Agora, 180 pessoas usam as mesas de trabalho e já há mais de 90% de ocupação.

Algumas das organizações que mantém profissionais lá são o Instituto Quintessa (aceleradora de negócios de impacto), a Sustainable Brands (consultoria de inovação em sustentabilidade), a Transparência Internacional (entidade dedicada ào combate à corrupção), e a Rede Dots (comércio justo) além de negócios da área de educação e comunicação.

O sócio do Civi-co Ricardo Podval na recepção do escritório compartilhado (divulgação)

Segundo Podval, reunir em um mesmo local empresas e ONGs com objetivos em comum favorece o trabalho em conjunto, permite que uma organização sirva de referência para a outra e dá visibilidade para todo o setor.

“A maioria desses empreendedores estavam trabalhando em casa ou em escritório pequeno, isolados.”

Podval, que morou oito anos na China antes de abrir o escritório, diz ter visto o Brasil piorar no período e se incomodar com questões como a grande desigualdade de renda no país. Afirma ver nos negócios sociais uma alternativa para enfrentar esse desafio.

“A área pública, por si só, não resolveu nem vai resolver sozinha as questões do país. É preciso que aconteça engajamento dos cidadãos e das empresas para mudar o Brasil.”

Para o futuro, ele quer atrair profissionais de grandes empresas para que usem o espaço alguns dias da semana e, assim, conheçam mais sobre empresas de impacto social e façam negócios ali. Também espera desenvolver iniciativas para formar empreendedores e promover intercâmbio entre pessoas de diferentes regiões.

O uso de cada posição de trabalho no Civi-co custa a partir de R$ 950 ao mês.

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