Erdogan diz que assassinato de jornalista saudita foi 'crime político'

O presidente turco, Recep  Tayyip  Erdogan, afirmou nesta terça-feira (23) que a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi dentro do consulado de seu país em Istambul foi "um assassinato político" e que a Turquia não vai se satisfazer com tentativas de colocar a culpa em alguns agentes de inteligência.

Durante um discurso no parlamento, Erdogan não mencionou o nome do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, acusado de ter ordenado o crime.  

Mas ele disse que há “fortes sinais” de que o assassinato “selvagem” do jornalista foi planejado e que a Turquia não vai completar sua investigação até que todas as perguntas tenham sido respondidas.

“Instituições de inteligência e segurança têm evidências que mostram que o assassinato foi planejado. Colocar a culpa de um caso como esse em alguns membros da inteligência e segurança não vai nos satisfazer, nem à comunidade internacional”, afirmou.

O jornalista, crítico de Riad e colunista do jornal The Washington Post, desapareceu no último dia 2 ao entrar no consulado saudita em Istambul para conseguir documentos para se casar. 

Na sexta (19), o governo saudita confirmou que Khashoggi foi morto no consulado, mas disse que isso ocorreu em decorrência de uma briga entre eles e uma equipe de agentes.

Já no domingo (21), o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, deu uma nova versão, afirmando que o jornalista tinha sido vítima  de uma "operação clandestina".

Erdogan disse ainda que o sistema da câmeras de segurança do consulado saudita em Istambul foi desativado antes do assassinato no local. "Antes, eles (os sauditas envolvidos) retiraram o disco rígido do sistema de câmeras", afirmou Erdogan no Parlamento em Ancara. 

O presidente turco afirmou que se desconhece o paradeiro do corpo de Khashoggi e pediu que a Arábia Saudita revele a identidade de um “cúmplice local” que supostamente ajudou nessa parte da operação.

Erdogan pediu ainda que os 18 suspeitos sauditas sejam julgados em Istambul e que todos os que "desempenharam um papel" sejam punidos.

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