Empresários americanos elogiam Mourão e dizem que ele é fonte de estabilidade

Empresários que se encontraram com Hamilton Mourão em evento fechado nesta segunda-feira (8) nos EUA elogiaram o temperamento “calmo e firme” do vice-presidente e afirmaram que o veem hoje como fonte de estabilidade do governo brasileiro.

Segundo participantes de um mesa de debate na US Chamber, em Washington, o discurso de Mourão —em inglês— destoou daquele feito pelo presidente Jair Bolsonaro, há vinte dias no mesmo local, pela demonstração de conhecimento preciso dos principais dados relacionados à política externa e aos assuntos que dizem respeito aos dois países.

Em sua fala, Jane Fraser, por exemplo, que é CEO para a América Latina do Citigroup, afirmou que o comportamento calmo e, ao mesmo tempo, firme de Mourão ajuda a construir a confiança do governo brasileiro. 

Ela se referia a uma conversa que o vice teve no começo de fevereiro com investidores —e não ao discurso específico desta segunda. Mas ponderou que o general havia demonstrado muita habilidade na ocasião.

No mês passado, quando esteve em Washington, Bolsonaro fez um discurso de cerca de dez minutos na US Chamber, e pouco falou sobre comércio e relações exteriores. O presidente delegou a função ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que discursou por mais de uma hora e agradou aos empresários e investidores presentes ao citar medidas liberais.

Ainda neste segunda, Mourão fez uma fala em que defendeu, como Guedes, a necessidade de aprovar as reformas da Previdência, tributária e promover uma série de privatizações no país.

O vice fez vários elogios a Bolsonaro e, indagado sobre sua visão sobre a relação bilateral com os EUA, respondeu dizendo que era aquela que tinha sido expressada pelo presidente no mês passado.

Mourão tem se esforçado para mostrar alinhamento a Bolsonaro depois que, nos últimos dias, colocou-se do outro lado do tabuleiro em diversas polêmicas levantadas pelo presidente e seus auxiliares. 

Aliados do Planalto se incomodam com a postura do vice, muitas vezes antagônica à do governo, e com a agenda mais plural que ele cumpriu nos EUA —com encontro com imigrantes brasileiros, pensadores de esquerda e parlamentares do Partido Republicano, do presidente Donald Trump, mas também do Democrata, de oposição à Casa Branca.

Além disso, Mourão voltou a dizer que a China é um parceiro estratégico do Brasil, apesar da guerra comercial que os EUA travam com aquele país, e que a Venezuela deve ser tratada como um problema da região, mas sem a necessidade de uma intervenção militar.

Em março, durante a visita de Bolsonaro, a Casa Branca dizia apostar na interlocução dos militares brasileiros com os venezuelanos para ajudar na crise que assola o país de Nicolás Maduro.

Mourão, no entanto, disse que o tema não foi debatido em sua reunião nesta segunda com o vice dos EUA, Mike Pence, e que ele deixou claro que a situação no país latino-americano deve ser resolvido internamente —a questão militar fica com as Forças Armadas daquele país, enquanto ao Brasil e aos EUA cabe fazer pressão política e econômica.

Ao lado de Mourão no evento com empresários estava o embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral, que teve papel de mais protagonismo na vista do vice do que na de Bolsonaro à capital americana.

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