Empresa que audita barragem de Brumadinho escala ex-Petrobras para investigar seus processos

O ex-diretor-executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, João Elek, foi nomeado como copresidente-executivo da Bureau de Projetos e Consultoria, subsidiária no Brasil da empresa alemã que atuou como auditora da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), que se rompeu no final de janeiro.

Segundo nota da TÜV SÜD, Elek assumiu o cargo na véspera.

"Com mais de 35 anos de experiência em empresas nacionais e globais, João Elek ajudará a conduzir a minuciosa investigação da TÜV SÜD de seus processos internos no Brasil, após o trágico colapso da barragem em Brumadinho", disse a companhia.

Dois funcionários da TÜV SÜD, empresa responsável pelo laudo de estabilidade da estrutura que entrou em colapso em 25 de janeiro, chegaram a ser presos, mas foram liberados por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), juntamente com funcionários da Vale.

No desastre, centenas de pessoas morreram vítimas de uma avalanche de rejeitos de mineração.

O cargo de presidente-executivo da operação brasileira da TÜV SÜD vinha sendo temporariamente ocupado por Marcelo Pacheco, que continuará supervisionando as operações como copresidente da empresa.

Entre outros cargos, Elek também atuou como diretor financeiro e de Relações com Investidores da Fibria, como presidente-executivo da AT&T Brasil e como diretor financeiro do Citibank Brasil.

A diretoria de Governança da Petrobras foi criada em novembro de 2014, para prevenir fraudes e corrupção, quando a Operação Lava Jato já havia indicado os primeiros sinais de irregularidades na estatal.

Elek foi contratados para assumi-la em janeiro de 2015, a partir de uma lista tríplice elaborada pela empresa de seleção de executivos Korn Ferry.

Ele também integrou um comitê que acompanhou investigações internas da companhia.

Em agosto de 2017, o conselho de administração da Petrobras suspendeu Elek de suas funções, para que ele de defendesse em processo que investigou conflito de interesse na contratação, sem licitação, da consultoria Deloitte, onde sua filha trabalhava.

A decisão foi tomada após recomendação, pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

No mês seguinte, a mesma Comissão de Ética da Presidência concluiu que não havia provas contra o executivo e ele reassumiu as suas funções na Petrobras.

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