Em Israel, porta-voz confirma que Bolsonaro antecipará volta ao Brasil

O porta-voz do presidente Jair Bolsonaro, o general Otávio Rêgo Barros, confirmou que o presidente irá voltar mais cedo ao Brasil de sua viagem a Israel, como a Folha antecipou nesta segunda-feira (1º). Bolsonaro retornará ao Brasil na manhã desta quarta-feira (2), duas horas antes do voo que havia sido anunciado.

Rêgo Barros também confirmou que Bolsonaro visitará um país nos próximos meses. “Estas interlocuções estão sendo conduzidas, nós ainda precisamos fechar a agenda. Mas ele já esboçou perante sua equipe, particularmente ao nosso Itamaraty, o interesse de visitar sim um país árabe”, disse o porta-voz. 

Em entrevista veiculada na noite de segunda-feira (1º) na Record TV, o presidente disse que planeja uma viagem a outro país do Oriente Médio no segundo semestre. "Estamos definindo ainda qual o país. Há vários países que nos interessam lá e estamos decidindo qual seria o mais produtivo para nós", disse Bolsonaro.
 
Em vez de embarcar às 11h40 (horário local, 5h40 horário de Brasília), ele deve embarcar por volta das 9h30 (3h30 em Brasília) e chegará a Brasília por volta das 18h40. Também como antecipado pela Folha, foi cancelada a visita que o presidente faria à cidade de Raanana (20 km ao norte de Tel Aviv) para um encontro com cerca de 250 brasileiros.
 
Para o porta-voz Rêgo Barros, no entanto, não houve uma "mudança de agenda", só ajustes logísticos por questões de segurança e para aliviar o cansaço do presidente antes de encontros marcados, em Brasília, na quinta-feira, com parlamentares.

"Por questões logísticas, nós estamos trazendo cerca de 25 brasileiros que moram naquela comunidade aqui, hoje (2) à noite às 18h (meio-dia em Brasília), com a finalidade de o presidente estreitar os laços e ao mesmo tempo, antecipar o nosso retorno amanhã, visto que no dia seguinte ele já tem agendado uma série de encontro com parlamentares visando o nosso objetivo principal neste momento que é o andamento mais célere da nossa nova Presidência", disse Barros.
 
O porta-voz não quis comentar o vídeo que causou polêmica no Brasil com um ator enaltecendo a ditadura militar: "Esse é um assunto que nós já caracterizamos como encerrado”.

Ele também não quis entrar em detalhes sobre a critica de Olavo de Carvalho ao ministro Santos Cruz: “O que nós entendemos é que não existem militares e civis no governo. Existe um corpo preparado, tecnicamente selecionado pelo nosso presidente com vistas ao futuro promissor do nosso país. Questões pessoais de ideólogos, de eventuais pensadores, nós não comentamos”.
 
O porta-voz brincou com as notícias destacadas na imprensa israelense, hoje, sobre a pontaria do presidente Bolsonaro, que acertou sete dos sete tiros que fez durante uma visita à Unidade de Contra Terrorismo da Polícia israelense, quando atirou com um fuzil. “Eu quero dizer é que realmente não fiquem na frente do presidente”.
 
Barros também comentou a reação dos países árabes ao anúncio da abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém.
 
"O presidente está disposto a receber qualquer diplomata de qualquer país com o qual nós tenhamos relações diplomáticas”, afirmou. “Nós temos relações de comércio, ademais das diplomáticas, que são muito intensas. É muito importante que nós tenhamos relações comerciais com um espectro amplo de países", continuou, elogiando a ministra Tereza Cristina, que afirmou ser ser uma "técnica especialíssima" nessas questões de comércio internacional.
 
Sobre a visita que o presidente Bolsonaro fez ao Muro das Lamentações acompanhado do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, Barros disse que isso não significou que o governo brasileiro reconhece a Cidade Velha de Jerusalém (onde fica o muro) como estando sob soberania israelense (a área fica em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967).
 
“Trata-se de uma oração do nosso presidente e assim nós consideramos. Não há qualquer aspecto político envolvido naquela ida do nosso presidente com um rabino e com o primeiro-ministro Netanyahu”, afirmou. “As questões da ida do nosso presidente ao Muro estão vinculadas ao aspecto religioso, ao aspecto emocional”.

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