Em discurso, Gleisi evita mencionar a candidatura de Haddad

Em discurso de 10 minutos na abertura do seminário ameaças à democracia promovido pela Fundação Perseu Abramo, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, não citou nem uma única vez Fernando Haddad, candidato à Presidência do PT que substituiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa do partido nesta terça-feira (11).

"Lutamos até o último minuto para que nossa suprema corte revisse esse processo injusto (que impediu Lula de concorrer), mas não conseguimos", disse Gleisi. "Tanto o Lula quanto o PT avaliaram que iríamos substituir a candidatura de Lula e concorrer às eleições", disse ela, sem referir-se à candidatura de Haddad.

A presidente da legenda afirmou que o fato de Lula não participar das eleições já desestabiliza o processo porque, segundo ela, uma parcela grande da população não poderá exercer livremente seu direito de voto.

"Não estamos totalmente certos de que essa eleição ocorra em ambiente normal, vai depender muito do desempenho que o PT vai ter. Para a frágil economia brasileira, isso é muito grave". 

Gleisi citou as declarações do comandante do exército, general Eduardo Villas Bôas, que afirmou nesta semana que a legitimidade do próximo governo pode ser questionada.

"Não é normal uma democracia onde o comandante do exército dá declarações dizendo estar preocupado com o processo eleitoral", disse Gleisi.

No seminário, organizado pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ex-líderes europeus criticaram a prisão de Lula. O ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema, que visitou Lula na prisão em Curitiba na quinta-feira, afirmou que Lula "está um pouco mais magro, e machucado por seu julgamento injusto, mas não está fundamentalmente diferente". "Lula continua com a mesma visão, a mesma determinação lúcida, e falou mais sobre a fome no mundo do que sobre seus problemas."

O ex-primeiro-ministro da frança, Dominique de Villepin, afirmou que o Brasil está em um momento decisivo. "O Brasil vive um ponto de inflexão nesta eleição: ou escolhe o caminho das regras democráticas ou vai em direção à violência políptica, a mais ódio e medo, em uma ventura sem fim como já vimos na América Latina e outros países, é retroceder na história.”

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