Em conversa entre chanceleres, Rússia condena 'ingerência explícita' dos EUA na Venezuela

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, condenou neste sábado (2) a “ingerência explícita” dos Estados Unidos na Venezuela. A crítica foi feita durante uma conversa telefônica com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

“A provocação e a influência externa destrutiva, ainda que sob o pretexto hipócrita da ajuda humanitária, não têm nada a ver com o processo democrático”, declarou Lavrov em um comunicado do ministério russo das Relações Exteriores. Ele condenou as “ameaças americanas contra o governo legítimo, uma ingerência explícita na política interior de um Estado soberano e uma violação do direito internacional”.

Lavrov também ressaltou que Moscou estava pronto para ter reuniões bilaterais com Washington sobre a Venezuela, sob a condição de que elas “sigam estritamente os princípios da ONU”. “Somente os venezuelanos têm o direito de decidir seu futuro”, disse.

Os dois também falaram sobre o conflito sírio, o Afeganistão e a península coreana, de acordo com o comunicado russo. Lavrov recebeu na sexta-feira (1), em Moscou, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, e prometeu que a Rússia intensificaria a ajuda humanitária à Venezuela.

ESTADOS UNIDOS SANCIONARAM VENEZUELANOS QUE BLOQUEARAM ENTRADA DA AJUDA HUMANITÁRIA

Os Estados Unidos sancionaram na sexta-feira seis funcionários da segurança da Venezuela leais ao presidente Nicolás Maduro por obstruírem a entrada de ajuda humanitária no país no sábado passado. Entre os afetados, estão o comandante da Guarda Nacional Bolivariana, o major general Richard Jesús López Vargas, assim como Jesús María Mantilla Oliveros, comandante de uma unidade encarregada por Maduro para reforçar a segurança na fronteira com o Brasil, segundo o Departamento do Tesouro.

As sanções congelam todos os ativos que essas pessoas possam ter nos Estados Unidos e as proíbem de qualquer transação financeira com indivíduos ou entidades americanas. Os EUA, com o apoio da Colômbia e do Brasil, tentaram, no último final de semana, introduzir ajuda humanitária na Venezuela, após um pedido do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, reconhecido por Washington e mais de 50 países como presidente interino.

Mas as forças leais a Maduro bloquearam a operação, o que levou a confrontos que deixaram quatro mortos e centenas de feridos. Maduro nega que haja uma "emergência humanitária" na Venezuela e rejeita a ajuda, considerando um pretexto para uma invasão militar liderada pelos Estados Unidos, desde que o presidente Donald Trump não descartou o uso da força para forçar a saída Maduro.

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