Em 8º fim de semana de atos, policiais reprimem protesto em Hong Kong

A polícia de Hong Kong disparou bombas de gás lacrimogêneo neste sábado (3) contra manifestantes concentrados em um popular distrito do território semi-autônomo, em meio a grandes protestos pró-democracia que ocorrem há três meses.

As forças de segurança dispersaram uma multidão em frente a uma delegacia no bairro de Tsim Sha Tsui, zona comercial e turística de Hong Kong. Antes, centenares de pessoas com máscaras montaram barricadas improvisadas para bloquear várias ruas da área. Diversas lojas e centros comerciais fecharam suas portas.

Nesta semana, Pequim e as autoridades locais subiram o tom ao deter dezenas de pessoas, enquanto o exército chinês anunciava estar disposto a reprimir os protestos caso seja necessário.

Mas os manifestantes se mantiveram inflexíveis e prometeram novos atos para este fim de semana e os próximos dias.

Em Mongkok, região suburbana densamente povoada e que já foi cenário de enfrentamentos entre polícia e manifestantes, milhares de pessoas saíram às ruas entoando gritos de protesto e chamando os moradores do território a se unirem à greve programada para a próxima segunda-feira. 

“Quanto mais o governo nos reprime, mais sairemos [às ruas], até que respondam a nossas reivindicações”, disse à agência de notícias AFP o manifestante Ah Kit, 36.

Paralelamente, uma manifestação pró-governo, com a participação de milhares de pessoas, muitas delas enroladas em bandeiras chinesas, também ocorria neste sábado.

Há outras duas marchas previstas para acontecer no domingo (4), uma na ilha de Hong Kong e outra na área de Tseung Kwan O. Para a segunda (5), está convocada uma greve geral em todo o território, além de manifestações em sete localidades.

A ex-colônia britânica atravessa sua pior crise desde o retorno do território para o domínio chinês, em 1997. Os manifestantes realizam há oito finais de semana consecutivos grandes atos, em sua maioria pacíficos. Em alguns deles, porém, houve enfrentamentos entre pequenos grupos radicais e as forças de segurança.

A crise se instalou devido à oposição a um projeto de lei que permitiria extradições para a China continental, onde os honcongueses consideram que os julgamentos são menos justos. 

Ainda que a proposta tenha sido suspensa pela chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, o movimento se transformou em uma denúncia contra a supressão de liberdades no território e a exigência de reformas democráticas.

Em virtude do princípio “um país, dois sistemas”, por meio do qual o Reino Unido devolveu Hong Kong à China, o território goza de liberdades desconhecidas no resto do país, como liberdade de imprensa.

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