Economia da Rússia se beneficia de gastos de US$ 1,5 bi por torcedores da Copa

A Rússia já está desfrutando da imagem internacional positiva que a Copa do Mundo deixou, e de uma alta no orgulho nacional pela organização de um torneio muito elogiado, no qual sua seleção ficou bem acima das péssimas expectativas que existiam sobre ela. O evento também foi uma injeção bem recebida de ânimo na economia do país, informou o maior banco russo na quinta-feira.

Os torcedores de futebol que visitaram a Rússia gastaram US$ 1,5 bilhão durante o torneio de um mês de duração, de acordo com o banco estatal Sberbank.

Moscou tinha a esperança de que o evento ajudasse seu governo a desafiar as nações ocidentais que buscaram isolar a Rússia diplomaticamente depois da sua anexação da Crimeia, em 2014, e de sua suposta interferência na eleição americana de 2016.

O país recebeu os torcedores estrangeiros com uma dispensa de vistos e melhorias nas cidades que sediaram o torneio, e com um relaxamento notável no policiamento rígido, que encorajou festas de rua e uma atmosfera carnavalesca, permitindo celebrações que se estenderam madrugada afora e acabaram com o estoque de cerveja dos bares, e mantiveram os cafés abertos a noite inteira. 

O Sberbank informou em um relatório de pesquisa que sua rede de agências e caixas eletrônicos havia atendido a 899 mil cartões bancários estrangeiros, de 194 países, durante o torneio de um mês de duração, e que um cartão de banco chinês foi usado para compras em 11 cidades diferentes.

As casas de fast-food e restaurantes registraram gastos de 6,2 bilhões de rublos (US$ 98 milhões), segundo o Sberbank, e os hotéis viram movimento da ordem de cinco bilhões de rublos - ainda que seja provável que o faturamento real do setor tenha sido muito mais alto, já que acomodações também foram pagas com antecedência, ou por meio de agências de viagem estrangeiras.

O governo da Rússia informou que cerca de três milhões de pessoas visitaram o país durante a Copa do Mundo, o que indica gasto médio por visitante de US$ 500. A maioria dos torcedores visitou apenas uma cidade - segundo o Sberbank, 75% dos cartões bancários estrangeiros foram usados em apenas uma cidade.

Os gastos muitas vezes estavam associados ao desempenho das seleções, segundo o banco. Os torcedores gastaram mais - 36,5% do total - durante a segunda semana da fase de grupos, da qual todas as seleções da copa participaram. Os gastos muitas vezes atingiam picos depois de vitórias cruciais ou depois da eliminação de uma seleção, quando seus torcedores estavam se preparando para voltar para casa.

"A julgar por suas despesas, as pessoas de países do Oriente Médio e África deixaram a Rússia bastante cedo", o banco afirmou. Nenhum país da África ou do Oriente Médio foi além fase de grupos.

"O mapa das despesas também mostra a mudança nas atividades dos torcedores em dias nos quais suas seleções conseguiam grandes vitórias, e nos dias posteriores à sua eliminação. Os croatas, por exemplo, gastaram muito em 18 de junho [o dia da primeira vitória de sua seleção] e em 9 de julho [quando ela estava se preparando para a semifinal]", o banco informou.

A rua Nikolskaya, em Moscou, uma via de pedestres perto da Praça Vermelha, que costumava servir de local para as festas pós-jogo, concentrou boa proporção dos gastos dos turistas, informou o Sberbank.

A conta média de despesas na rua Nikolskaya, repleta de bares, restaurantes e lojas que atendem turistas, foi de 8,8 mil rublos. Só em 18 de junho, os gastos atingiram 12,5 milhões de rublos. Em termos gerais, os gastos na rua Nikolskaya foram 350% mais altos que o nível normal.
 

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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